ATA DA NONAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 27-11-2006.
Aos vinte e sete dias do mês de novembro do ano de
dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho,
a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi
realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia
Maranhão, Dr. Goulart, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen,
Márcio Bins Ely, Maristela Maffei, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Cassiá Carpes, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Mauro
Pinheiro, Neuza Canabarro e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo
Vereador Alceu Brasinha, os Pedidos de Providência nos 1992 e
1993/06 (Processos nos 5481 e 5483/06); pelo Vereador Aldacir
Oliboni, o Pedido de Providência nº 1991/06 (Processo nº 5479/06); pelo
Vereador Bernardino Vendruscolo, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 030/06 (Processo nº 5405/06); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 227/06 (Processo nº 5390/06); pelo Vereador Carlos
Todeschini, os Pedidos de Providência nos 2003, 2004 e 2005/06
(Processos nos 5498, 5499 e 5500/06, respectivamente); pelo Vereador
Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº 222/06 (Processo nº 5209/06);
pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providência nos 2007,
2008 e 2009/06 (Processos nos 5505, 5506 e 5507/06,
respectivamente); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos
1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002/06 (Processos nos 5487, 5489,
5490, 5491, 5492 e 5493/06, respectivamente); pelo Vereador Sebastião Melo, os
Pedidos de Providência nos 1995 e 2006/06 (Processos nos
5485 e 5501/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos
1308 e 1531/06, da Senhora Margaret Rodrigues, Supervisora de Desenvolvimento
Urbano da Caixa Econômica Federal – CEF; 1680, 1688 e 3002/06, do Senhor Paulo
César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano da CEF. Na ocasião, constatada a
existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Octogésima Oitava
Sessão Ordinária e da Sexagésima Quinta, Sexagésima Sexta e Sexagésima Sétima
Sessões Solenes. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao Senhor Luiz Antônio Araújo Peres, da Associação Sul Riograndense de
Engenharia de Segurança do Trabalho – ARES –, que discorreu acerca da
relevância, para o sistema produtivo brasileiro, de se valorizar engenheiros e
técnicos em segurança do trabalho. Nesse sentido, historiou a fundação e o
crescimento da ARES, prestando informações acerca do trabalho desenvolvido por
essa entidade na prevenção de acidentes ocupacionais. Na oportunidade, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Carlos
Comassetto, Bernardino Vendruscolo, José Ismael Heinen, Maristela Maffei e Raul
Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às
quatorze horas e cinqüenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, constatada a
existência de quórum. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo,
foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Manuela d'Ávila, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias vinte e sete e vinte e
nove de novembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na
vereança, hoje, o Suplente Mauro Pinheiro, informando que Sua Excelência integrará
a Comissão de Educação, Cultura, Esportes e Juventude. Na ocasião, foram apregoadas
Declarações firmadas pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT,
informando o impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme Barbosa e Gerson
Almeida em assumirem a vereança hoje e no dia vinte e nove de novembro do
corrente, em substituição à Vereadora Manuela d'Ávila. Ainda, foram apregoados
os Ofícios nos 1048 e 1049/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando, respectivamente, o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 013/06 (Processo nº 5495/06) e o Projeto de Lei do Executivo nº
051/06 (Processo nº 5496/06). A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo
o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria realizada
homenagem ao Clube Independente, pela conquista do 62º Campeonato Estadual de
Bocha da Série A. Compuseram a Mesa: o Vereador Dr. Goulart, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Ricardo Luiz Zuccatti, Presidente do
Clube Independente; o Senhor Raul Rizi Teixeira, Presidente da Federação
Riograndense de Bocha. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador José Ismael Heinen,
homenageando dirigentes, atletas e associados do Clube Independente, pela
conquista do 62º Campeonato Estadual de Bocha, frisou a forte ligação de Sua
Excelência com esse esporte. Também, discursou sobre a história da fundação e
do desenvolvimento do Clube Independente, salientando a tradição e o desempenho
dessa entidade em competições de bocha em âmbito municipal, estadual e
nacional. O Vereador José Ismael Heinen, em tempo cedido pelo Vereador João
Carlos Nedel, dando continuidade ao seu pronunciamento em homenagem ao Clube
Independente, saudou personalidades ligadas a essa instituição, presentes neste
Plenário. Além disso, chamou a atenção para o número de praticantes de bocha no
Rio Grande do Sul e mencionou suas expectativas em relação ao crescimento da
popularização dessa modalidade esportiva. Em continuidade, o Senhor Presidente
concedeu a palavra ao Senhor Ricardo Luiz
Zuccatti, que, em nome do Clube Independente, agradeceu a homenagem hoje
prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte
minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e quatro minutos, constatada
a existência de quórum. Após, em face de Questão de Ordem formulada pela
Vereadora Sofia Cavedon, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das
inscrições para os pronunciamentos em Grande Expediente na presente Sessão. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Cassiá Carpes noticiou a futura inauguração de nova
unidade de tratamento intensivo no Hospital Ivan Goulart, em São Borja,
apoiando iniciativas da gestão daquele Município, que propiciaram esse
empreendimento, e frisando que a tabela de remuneração pelo Sistema Único de
Saúde deve ser atualizada. Ainda, corroborou a proposta do Senhor Eliezer Pacheco,
de valorização de escolas técnicas e profissionalizantes no Brasil. A Vereadora
Neuza Canabarro, aplaudiu a realização nesta Casa, hoje, do Seminário “Erotização
Infantil – influências e conseqüências”, promovido pela Frente Parlamentar em
Defesa da Criança e do Adolescente. Em relação ao assunto, mencionando a morte
da jovem Gabriela Muratt, analisou os papéis que devem ser desempenhados pela
família, pela escola e por orientadores sociais e educacionais no processo de
formação pessoal de crianças e adolescentes. O Vereador Bernardino Vendruscolo
defendeu o Projeto de Lei n° 037/06, que disciplina o uso de caçambas
estacionárias nas vias públicas, ressaltando os prejuízos causados ao trânsito
por esses equipamentos. Também, divulgou o término, no dia trinta e um de
dezembro, do prazo para parcelar o pagamento do Imposto sobre a
transmissão “inter-vivos”, esclarecendo que no corrente ano a Prefeitura não teve prejuízo
financeiro com o parcelamento desse tributo. A seguir, o Vereador João Carlos
Nedel manifestou-se, convidando os presentes para o Fórum Mundial de Turismo
para Paz e Desenvolvimento Sustentável, que será realizado a partir do dia
vinte e nove do corrente mês, às vinte horas, no Salão de Atos da Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Em COMUNICAÇÕES, a
Vereadora Sofia Cavedon criticou a Prefeitura Municipal pelas políticas
públicas em relação às instituições de educação infantil, denunciando o
fechamento de escolas, o atraso no repasse de recursos a esses estabelecimentos
e a falta de vagas em creches municipais. Neste sentido, questionou o
cumprimento do prazo previsto para a construção de novas escolas infantis,
alegando que alguns processos para essas obras ainda se encontram em fase de
licitação. Na ocasião, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria do Vereador
João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, ao Projeto de Lei do Legislativo nº
144/02 (Processo nº 2451/02). Também, por solicitação do Senhor Presidente, foi
realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Rosa Clara
Gaspari Oliveira, esposa do ex-Deputado Federal Carlos Cardinal, falecida hoje.
Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Antonio Dib questionou a necessidade de
Emendas apresentadas ao Projeto de Lei do Executivo n° 046/06, que estima a
receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício
econômico de dois mil e sete. Ainda, defendeu um debate mais aprofundado desse
Projeto, mencionando problemas de quórum nas reuniões da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul destinadas a discutir o tema. Na ocasião, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do Parecer da Comissão de Economia,
Finanças, Orçamento e do Mercosul a respeito do Projeto de Lei do Executivo n°
046/06, tendo se manifestado a respeito os Vereadores João Antonio Dib e Raul
Carrion. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei
discursou sobre problemas que atentam contra a integridade física e moral das
mulheres, citando a importância de eventos realizados com a participação deste
Legislativo, com a finalidade de esclarecer e de diminuir essas ocorrências. Da
mesma forma, ressaltou a necessidade do trabalho preventivo para evitar a
chamada violência de gênero, comentando a legislação existente sobre o assunto.
Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei Complementar
do Executivo nos 011/06, discutido pelos Vereadores João Antonio
Dib, José Ismael Heinen e Carlos Todeschini, e 012/06, discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e José Ismael Heinen, os Projetos de Lei do Executivo nos
049/06, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, José Ismael Heinen e Carlos Todeschini, e 050/06, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib; em 2a Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 218 e 224/06; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo no 201/06, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 023/06, discutido pelo Vereador João Carlos Nedel,
o Projeto de Resolução n° 091/06. Na oportunidade, o Senhor Presidente
registrou as presenças dos Senhores Domingos Junior, Filomena Santos, Karine
Andrade, Carlos Brito, Jandira Barros e Daniele Tolfo, pertencentes à delegação
de Cabo Verde, em visita a Porto Alegre para conhecerem o Programa de Orçamento
Participativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Cassiá Carpes manifestou-se
acerca da criação de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração
Centralizada do Município, e apoiou projetos do Governo Municipal, destinados à
prevenção da gravidez na adolescência. Ainda,
avaliou questões atinentes ao Programa de Orçamento Participativo de Porto
Alegre, ao repasse de recursos públicos a creches e a problemas vivenciados por
moradores de áreas irregulares do Município. O Vereador Carlos Comassetto criticou a atuação do Governo
Municipal na implementação de políticas sociais, asseverando que se observa falta de diálogo e insensibilidade nas
relações mantidas com a comunidade. Nesse
sentido, atentou para o
descaso e a desorganização que, segundo Sua Excelência, caracterizaram parte
dos eventos artísticos, culturais e desportivos promovidos na Cidade durante a
32ª Semana da Restinga e a 15ª Semana da Consciência Negra. O Vereador Raul
Carrion comemorou os resultados
das eleições presidenciais realizadas no Chile, Uruguai, Bolívia, Argentina, Brasil e Equador e
registrou sua confiança na vitória do Senhor Hugo Chavez no pleito que ocorrerá
no mês de dezembro, na Venezuela. Também,
defendeu políticas habitacionais do Governo Federal e informou sobre atos a ocorrerem no
País, pela reforma política e de protesto à chamada “cláusula de barreira”,
constante na
Lei Federal nº 9.096/95. O Vereador Ervino Besson registrou o encerramento, ontem, da 22ª Festa do Pêssego do Bairro Vila Nova,
considerando positivos os resultados ali alcançados em termos de venda e
divulgação da produção agrícola de Porto Alegre. Da mesma forma, cumprimentou o Governo Municipal, o Sindicato dos
Produtores Rurais e entidades envolvidas na organização desse evento, atentando para a importância do incentivo
aos agricultores como instrumento eficaz de geração de emprego e renda. O Vereador José Ismael
Heinen questionou a política
habitacional do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarando que as camadas carentes da população não têm acesso às
verbas distribuídas pelo Governo Federal. Além disso, saudou a campanha “Feirão do Imposto”, da Confederação
Nacional dos Jovens Empresários, e convidou
para o “Fórum Mundial para a Paz e Desenvolvimento Sustentável do Turismo”, a
iniciar no dia vinte e nove de novembro do corrente, em Porto Alegre. A Vereadora
Clênia Maranhão elogiou a
programação da 15ª Semana da Consciência Negra, encerrada ontem, afirmando que esse evento permitiu o
contato com a diversidade cultural que forma a sociedade porto-alegrense e a
discussão de políticas públicas para afro-brasileiros. Ainda, comentou a morte de adolescente de treze anos ocorrida no
dia dezenove de novembro do corrente, em motel da Cidade, destacando a importância de programas
de apoio à adolescência e combate ao abuso sexual. Após, em face de Questão de
Ordem formulada pelo Vereador Carlos Comassetto, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca do registro da presença dos Vereadores quando das
verificações de quórum. Às dezessete horas e vinte e três minutos, constatada a
inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou
encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária
da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Dr. Goulart e Márcio Bins Ely, este nos termos do artigo 27, parágrafo único,
do Regimento, e
secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Passamos à
O
Engenheiro Luiz Antônio Araújo Peres, Conselheiro da Associação Sul
Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho, está com a palavra para
falar sobre a importância do Engenheiro da Segurança do Trabalho, pelo tempo
regimental de 10 minutos.
O
SR. LUIZ ANTÔNIO ARAÚJO PERES: Boa-tarde.
Exmo Ver. Dr. Goulart, digno Presidente desta Casa; demais membros
da Mesa, Vereadores, Vereadoras, entidades de classe aqui presentes, membros da
Diretoria da Ares, que também se fazem presentes prestigiando este nosso dia.
Hoje, 27 de novembro, é o Dia do Engenheiro de Segurança do Trabalho. Também se
comemora hoje - não podíamos, de maneira nenhuma, deixar de lado - o Dia do
Técnico em Segurança do Trabalho. Agradecemos ao nosso ilustre Ver. João Carlos
Nedel esta oportunidade de registrarmos, aqui desta tribuna, a importância do
Engenheiro de Segurança do Trabalho, dentre outros profissionais, a exemplo dos
Técnicos, de que já falei. Todos nós, Engenheiros de Segurança, somos, junto
com os demais Técnicos de Segurança do Trabalho, os responsáveis pela segurança
de nossos trabalhadores, bem como do mantenimento seguro das nossas atividades
nos ambientes de trabalho das empresas.
A
Ares - Associação Sul Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho - foi
fundada em 28 de setembro de 1988, portanto completou recentemente a sua
maioridade, 18 anos. É uma sociedade civil de estudos e de prestação de
serviços com personalidade jurídica, civil e sem finalidade de lucro. Hoje a
Ares já conta com sede própria, recentemente adquirida, localizada na Av.
Cristóvão Colombo nº 1918, sala 408, no bairro Floresta. Possui base
representativa dos diretores regionais em todo o Estado do Rio Grande do Sul,
diretores esses ligados diretamente à Diretoria da nossa entidade.
Qual
é a finalidade básica da Ares? De acordo com o art. 3º do seu estatuto, a
Associação tem por finalidade congregar e representar pessoas físicas,
jurídicas, vinculadas à engenharia de segurança do trabalho, formando posição
em torno dos problemas fundamentais da área de segurança e higiene do trabalho,
além de formular diretrizes básicas para subsidiar o estabelecimento da
política nacional para o setor.
Algumas
das prerrogativas da Ares, de todos os membros da Diretoria e seus associados:
promover estudos concernentes às condições de trabalho e meio ambiente
destinados a colaborar com os Poderes Públicos, visando a elaboração de
regulamentos e dispositivos de interesse da segurança do trabalhador, que é o
nosso objetivo; atuar nas emergências públicas, prestando auxílio à defesa
civil; articular intercâmbio técnico, cultural e científico com entidades
prevencionistas do País e do Exterior e, em especial, com a nossa Organização
Internacional do Trabalho, a OIT; promover e realizar seminários, simpósios,
fóruns, encontros, congressos e palestras sobre temas especialmente ligados à
área de engenharia de segurança do trabalho. E isso, modestamente, nossa
entidade, a Ares, tem feito muito bem, pois temos realizado congressos,
seminários, palestras, enfim, diversos cursos sobre a área de segurança do
trabalho.
Algumas
das prerrogativas ainda: estudar e propor soluções para problemas técnicos da
engenharia de segurança do trabalho, isoladamente ou em conjunto com órgãos
públicos, visando definir uma política nacional de condições em meio ambiente
do trabalho; manter intercâmbio com o sistema Confea/CREA, que é o nosso
conselho de classe, além de sindicatos ligados à categoria; defender os
interesses por ação civil ou outro meio em qualquer questão envolvendo relações
de trabalho, previdência social, segurança e saúde no trabalho, inclusive no
que diz respeito aos acidentes do trabalho; contribuir para maior
conscientização - é importante a conscientização - e adoção de procedimentos de
segurança na área do trabalho, do lar, do trânsito e do meio ambiente; informar
os trabalhadores e a comunidade, diretamente ou por meio de seus representantes
- os Srs. Vereadores -, sobre as condições que possam trazer danos à sua
integridade e as medidas que eliminem ou atenuem esses riscos; propor medidas
preventivas no campo da segurança e higiene do trabalho, em face do
conhecimento da natureza e da gravidade das lesões provenientes do acidente de
trabalho, incluindo as doenças do trabalho; elaborar planos destinados a criar
e a desenvolver a prevenção de acidentes promovendo a instalação de comissões e
assessorando o seu funcionamento.
Como
toda entidade, nós temos alguns deveres e objetivos, e alguns deles eu vou
citar: arregimentar e representar os Engenheiros de Segurança do Trabalho no
Rio Grande do Sul; realizar estudos e participar da Comissão Tripartite do
Ministério do Trabalho e Emprego, efetuando sugestões para as normas
regulamentadoras; colaborar com a sociedade como órgão técnico e consultivo no
estudo e solução dos problemas relacionados às condições e meio ambiente do
trabalho.
A
nossa entidade hoje conta com aproximadamente 350 sócios. No dia 29 de
novembro, portanto depois de amanhã, nós estaremos em processo eleitoral. O
nosso atual Presidente é o Engenheiro Anselmo Jardim, e o nosso candidato,
participando com chapa única, para os próximos dois anos é o Engenheiro de
Segurança e Professor da PUC, Mário Hamilton Vilela.
Pode-se
fazer uma comparação entre o Engenheiro de Segurança e a Norma BS 8800 - uma
norma de origem inglesa (British Standards) antes chamada de BS 8750.
Tudo começou pelo Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, que define, no
seu art. 195, que a caracterização e a classificação da insalubridade e da
periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através
de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrado
devidamente no Ministério do Trabalho.
Devido
ao grande número de acidentes nas nossas fábricas, indústrias, construção civil
- principalmente - e demais empresas, foi criado pelo nosso “pai” da segurança
do trabalho, o nosso antigo Ministro do Trabalho Arnaldo Prieto, a Portaria nº
3.241, de 08 de junho de 1978, em que entre as 33 normas regulamentadoras hoje
existentes - uma dessas últimas em análise final -, a NR 4 trata
especificamente do que compete aos profissionais integrantes dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, que é o
nosso Engenheiro de Segurança do Trabalho, o nosso Técnico de Segurança do
Trabalho, enfim, os enfermeiros da área do trabalho.
Já
a Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985, dispõe sobre a especialização de
Engenheiros e Arquitetos em Engenharia de Segurança do Trabalho, a profissão do
Técnico de Segurança do Trabalho e dá outras providências. Define, em seu art.
1°, que o exercício da especialização de Engenheiro de Segurança do Trabalho
será permitido exclusivamente ao Engenheiro ou Arquiteto portador do
certificado de conclusão de curso de especialização na área de engenharia de
segurança do trabalho.
À
Norma BS 8800, que acabei de mencionar, para todos nós, prevencionistas que
somos, damos a mesma importância que às normas da ISO 9000, voltada para a
qualidade total, e à ISO 14000, voltada para a gestão ambiental. A
Classificação Brasileira de Ocupações - CBO -, editada pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, diz que o Engenheiro de Segurança do Trabalho tem como
atribuições: participar ativamente das CIPAs, as Comissões Internas de
Prevenção de Acidentes; promover a formação, treinar, coordenar Brigadas de
Incêndio; atuar nos grupos de avaliação e controle de higiene do trabalho na
indústria, no comércio, enfim, em todas as atividades produtivas ou comerciais,
cabendo a esse profissional, dentre outras funções de prevenção, atuar
principalmente e finalmente junto ao trabalhador, procurando, de maneira
objetiva, em termos de gestão, melhorar as condições de ambiente de trabalho,
dos recursos naturais e - por que não? - do patrimônio.
A
Norma BS 8800, portanto, é uma norma direcionada aos sistemas de gestão da
segurança no trabalho, sendo considerada o que há de mais atual em todo o mundo
para a implantação de um sistema eficaz de gerenciamento, de gestão das
questões relacionadas à prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Um plano
de ação preventivo e corretivo desenvolve, testa e supervisiona sistemas,
processos e métodos industriais, gerencia atividades de segurança do trabalho e
do meio ambiente, planejando empreendimentos e atividades industriais,
treinando, capacitando os mais diversos profissionais em suas atividades
normais, porém dentro da segurança almejada por todos nós.
Deixo
um agradecimento todo especial ao Dr. Goulart, ao Dr. Nedel pelo convite
carinhoso que me fez e quero deixar, em nome da Ares, o nosso recado de que segurança
do trabalho não é, há muito tempo, mais uma legislação, e sim uma necessidade
imperiosa no sentido de termos associações fortes, participantes, com todos os
demais colegas prevencionistas - o nosso Engenheiro de Segurança do Trabalho.
Para todos esses Engenheiros e Técnicos de Segurança, os nossos sinceros
cumprimentos pela data de hoje.
Faço um cumprimento especial ao Ver. Bernardino,
Técnico de Segurança do Trabalho; ao Dr. Raul, Médico do Trabalho, que também
faz, junto com o Engenheiro e Técnico de Segurança, enfim, com o enfermeiro do
trabalho, a grande equipe prevencionista deste Brasil. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu quero, em
nome da Bancada do Partido Progressista, composta pelo Ver. João Antonio Dib,
nosso Líder; pela Verª Mônica e por este Vereador, cumprimentar o Dr. Luiz
Antônio Araújo Peres, que veio para nos falar em nome da Associação Sul
Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho. Cumprimentamos a
Associação pelos seus 18 anos de existência e todos os Engenheiros e Técnicos
de Segurança do Trabalho pelo seu dia e, em especial, o nosso querido Ver.
Bernardino Vendruscolo, Técnico em Segurança do Trabalho. Meus parabéns,
ilustre Vereador.
Como
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, agradecemos o
imenso trabalho que os Engenheiros e os Técnicos de Segurança prestam em prol
do trabalhador brasileiro. Quando nós falamos em déficit da Previdência, das
aposentadorias precoces, eu fico imaginando como seria esse déficit se não
existissem os Técnicos e os Engenheiros de Segurança, que evitam os acidentes e
protegem a saúde do trabalhador.
Seja
muito bem-vindo. Recebam os meus cumprimentos em nome da nossa Bancada, a do
Partido Progressista. Leve ao Mário Hamilton Villela os cumprimentos da nossa
Bancada também. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; prezado colega Engenheiro Luiz Antônio Araújo
Peres, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dos colegas e
companheiros Ver. Aldacir Oliboni, Ver. Adeli Sell, Ver. Carlos Todeschini,
Ver. Mauro Pinheiro, Verª Margarete Moraes, Verª Maria Celeste e Verª Sofia
Cavedon, venho aqui registrar as nossas congratulações à Associação Sul
Riograndense de Engenharia de Segurança pelos seus 18 anos de trabalho,
construção e consolidação de um tema que não é só do Engenheiro ou só das
empresas, é um tema de desenvolvimento nacional, pois bem sabemos que a
segurança do trabalho na sua discussão, na sua elaboração e na sua filosofia
constitui uma matemática que qualifica as relações de trabalho e a segurança,
com isso garantindo a produtividade, ou seja, aquilo que se tem de mais nobre
no trabalho, que é o ser humano, protegendo-o e, ao mesmo tempo, ajudando e
auxiliando a desenvolver tecnologias.
Portanto,
em nome do Partido dos Trabalhadores, trago aqui o nosso abraço, sempre
colocando a nossa Bancada à disposição para discussão e construção desses temas
e de tudo que diz respeito à qualificação das relações do trabalho. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Luiz Antônio Araújo Peres, Engenheiro da
Associação Sul Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho, nossos
cumprimentos. Obrigado pela referência a este Vereador.
Falar
de segurança do trabalho, falar da Portaria nº 3.214 e das suas normas
regulamentadoras nos remete a uma pessoa que se chama Arnaldo da Costa Prieto.
Esse homem, quando esteve no Ministério, regulamentou muitas e muitas
profissões. Quando ele foi homenageado nesta Casa, eu lembro que falamos,
naquela oportunidade, que estava faltando um Arnaldo da Costa Prieto para
colaborar nas reformas tão necessárias que nós aguardamos hoje, que são a
tributária, a previdenciária, a trabalhista e tantas outras.
Caro
Engenheiro, qualquer um que tenha um pouco de conhecimento a respeito de
segurança e higiene do trabalho, ao olhar em volta, enxergará riscos de
acidentes. Ainda que os senhores tenham sido incansáveis durante esses anos
todos, divulgando o quanto é importante e necessário fazer a prevenção, e ainda
muito temos a fazer. A cada acidente de trabalho, mais pobre o nosso País fica.
O dia em que nós nos conscientizarmos da importância, do tamanho da economia
que é investir em segurança, certamente, nós teremos um País melhor. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; cumprimento, com muita alegria, o
Sr. Engenheiro Luiz Antônio Araújo Peres, da Associação Sul Riograndense de
Engenharia e Segurança do Trabalho. Quero, meu nobre amigo, em nome do Partido
da Frente Liberal, em nome também da minha colega Verª Maristela Meneghetti,
referendar o que o nobre colega Bernardino Vendruscolo falou e, neste momento,
não olvidar o nome desse grande Ministro do Trabalho, que vislumbrou a
importância da segurança do trabalho. Ele regulamentou a profissão, foi o
grande ícone, foi o mentor, o regulamentador, o difusor desse fator tão
importante para a nossa sociedade, porque investir na segurança do trabalho é
investir em saúde, todos nós sabemos, no bem-estar, na integridade física,
evitando acidentes, que tanto oneram o produto final. Quer dizer, toda essa
gama de benefícios tem muito a ver com essa responsabilidade imensa e essa
importância da Associação.
Nós,
do Partido da Frente Liberal, em homenagem a esse extraordinário Ministro
liberal, queremos desejar, neste momento, que os senhores tenham muito sucesso,
que carreguem essa bandeira da integridade e da defesa da vida. Nós estamos
sempre à disposição dos senhores. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
A
Verª Maristela Maffei, do PSB, está com a palavra, nos termos do art. 206 do
Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Prezado
Presidente, prezado Engenheiro Luiz Antônio Araújo Peres, que é um dos
associados dessa tão importante Instituição para todos nós, este tema, aliás, é
cadeira em cursos de formação, como o de Ciências Sociais. É importante, e lembro com carinho,
teoricamente falando, na vida de todos aqueles, em especial, que migram do
campo para a cidade, que não têm outra opção e vão para essa área. Somente
através dessa organização, tendo o seu sindicato, tendo sua federação, enfim,
toda essa organização, pode-se, além das questões acadêmicas, além do curso de
Engenharia e de todo o seu suporte, seu status quo, trazer à categoria
elementos de qualificação.
Nós
sabemos o quanto é importante, é uma área que nós sabemos que ainda carece de
muito... Eu acho que todos nós temos responsabilidades, tanto o órgão do
Executivo quanto a categoria, para que não pereçam tantas pessoas que dentro
dessa profissão ainda perecem, ficando longe e deixando suas famílias órfãs. É
uma categoria que cada vez cresce mais em termos de mão-de-obra. Portanto,
carece também que tenhamos agentes competentes como os Engenheiros dessa área,
em especial na Associação Sul Riograndense de Engenharia, que trabalha
especificamente em relação à segurança do trabalho.
Recebam
o apoio da nossa Bancada e, com certeza, o do nosso Deputado Federal, Beto
Albuquerque, porque nós sabemos o quanto é importante a Engenharia de Segurança
do Trabalho para a nossa sociedade. Parabéns por estar aqui, e estamos à sua
disposição.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em
primeiro lugar faço uma saudação ao Engenheiro Luiz Antônio Araújo Peres,
associado da Associação Sul Riograndense de Engenharia de Segurança do
Trabalho, em nome de quem saúdo todos os representantes dessa Associação. Quero
parabenizar pelo aniversário e dizer do nosso entendimento, em meu nome e em
nome da Verª Manuela D’Ávila, sobre importância dessa categoria no nosso País e
em geral.
Eu
estudei Engenharia muitos anos, uma série de fatores me impediu de concluir;
trabalhei na indústria, acidentei-me na indústria e acompanho o nível altíssimo
de acidentes que o nosso País tem, talvez ele seja quase um campeão mundial,
com milhares de mortos, milhares de mutilados, de feridos. São acidentes
decorrentes, em geral, de condições inadequadas de trabalho, o que diz respeito
às normas que regem a questão, numa visão, muitas vezes, daquele lucro máximo e
da descartabilidade do trabalhador. Num país em que há um grande exército de
reserva de trabalhadores, eles são descartáveis. Se se acidentar, o INSS cuida,
a Previdência trata, e nós contratamos um novo trabalhador, e o ônus fica com o
Estado e fica com a vítima.
Então,
é fundamental uma categoria como a sua, que trabalhe de forma consciente. Nós
sabemos da contradição: os Engenheiros de Segurança são contratados pelo
empresário, que, muitas vezes, não tem essa visão de proteção à saúde do
trabalhador, mas o Engenheiro tem a sua consciência, tem o seu trabalho
profissional para buscar minorar os riscos que existem hoje no nosso País e que
faz do Brasil um campeão em acidentes.
Recebam
os nossos parabéns e a certeza de que a categoria saberá trabalhar para que a
saúde do nosso trabalhador, um dia, seja realmente respeitada, cuidada, e que o
ambiente de trabalho não seja um ambiente de doença, um ambiente de acidente,
como ainda é majoritariamente no nosso Brasil. Parabéns, recebam a saudação do
PCdoB.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não
havendo mais Bancadas inscritas, a Presidência da Casa gostaria de fazer a
saudação ao nosso ilustre visitante Engenheiro Luiz Antônio Araújo Peres,
dizendo que, como agente de saúde, este Presidente se irmana com os seus
pleitos, bem como com a grande ação de prevenção que deve existir. Nós temos
doenças que aleatoriamente acontecem e que têm de ser prevenidas. Aqui o
trabalho, às vezes, funciona como uma doença, e a gente pode medir através da
prevenção. Os acidentes que acontecem aqui se unem às causas externas, que são exageradas
entre nós, entre os brasileiros; são exageradas porque a violência é enorme,
porque os acidentes de trânsito são enormes e porque, no acidente de trabalho,
ainda não temos o objetivo alcançado de reduzir bastante esse agravo como causa
de morte dos nossos brasileiros.
Então a Presidência da Casa o saúda e saúda os
Agentes de Segurança do Trabalho, que também tem o seu dia festejado hoje.
Parabéns pela sua luta, pela luta de sua classe. A Câmara está à disposição
para qualquer assunto que se veja necessário.
Neste momento, suspendemos a nossa Sessão por um
minuto para nos despedirmos do nosso ilustre visitante.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h51min.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às
14h53min): Estão
reabertos os trabalhos
A
Verª Manuela d’Ávila solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares
nos dias 27 e 29 de novembro. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A
Mesa declara empossado o Suplente Mauro Pinheiro no dia de hoje; o Vereador
integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, em função da
impossibilidade de os Suplentes Marcelo Danéris, Guilherme Barbosa e Gerson
Almeida assumirem a Vereança.
Apregôo
Projeto de Lei Complementar do Executivo que estabelece normas para a
regularização dos prédios existentes no Complexo Hospitalar Ernesto Dornelles,
localizado na Av. Ipiranga nº 1801, e dá outras providências.
Passamos
ao
Hoje
este período é destinado a assinalar uma homenagem ao Clube Independente pela
conquista do 62° Campeonato Estadual da Bocha da Série “A”, Requerimento de
autoria do Ver. José
Ismael Heinen.
Convidamos
para compor a Mesa o Sr. Ricardo Luiz Zucatti, Presidente do Clube
Independente; o Sr. Raul Rizi Teixeira, Presidente da Federação Riograndense de
Bocha. (Palmas.)
O
Ver. José Ismael Heinen, proponente desta homenagem, está com a palavra em
Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
É
com muita honra e orgulho que ocupo o período de Grande Expediente para prestar
esta justa homenagem ao Clube Independente, pela sua grandiosa conquista do 62º
Campeonato Estadual de Bocha da Categoria “A”. Quando se fala em categoria “A”
na bocha, fala-se do primeiro time. Sempre fui um entusiasta desse esporte, Sr.
Presidente. Fui um atleta bastante amador lá do terceiro time - mas tive o privilégio de ter
uma esposa campeã estadual de bocha -, quando na presidência do Grêmio Sargento
Expedicionário Geraldo Santana e, até hoje, sou e continuarei a ser um
bochófilo de coração. Compartilhei muitos momentos de alegria e emoção, inclusive
algumas emoções com o atual Presidente do Independente, Ricardo Luiz Zucatti.
Na oportunidade de um campeonato estadual mirim na cidade de Garibaldi, na
Festa do Champagne, a equipe do Geraldo se fez representar com dois grandes
atletas mirins, Renan, filho do Presidente, e João Fabrício, meu filho, atletas
que, por incrível que pareça, se sagraram campeões estaduais. O bochófilo tem
isso, Ver. Bernardino, quando se encontram, parece história de pescador; cada
partida, cada competição, cada decisão é uma história, uma história bonita que
faz esse esporte maravilhoso ter grandes apaixonados.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, primeiro quero cumprimentá-lo
pela homenagem. Nosso Clube realmente merece esta homenagem. Evidentemente, se
há duas classes desportistas que não mentem, são os bochófilos e os pescadores;
essas duas classes realmente não mentem, e nós somos testemunhas disso! O Clube
Independente, junto com o Clube Caminho do Meio, são clubes tradicionais daqui
de Porto Alegre, assim como tantos outros clubes, que sofrem hoje, caro
Presidente, em razão da lei de limites de decibéis. Esses clubes não conseguem
mais fazer uma festa como se fazia antigamente, porque, infelizmente, os vizinhos
não têm um pouco de tolerância; fica o nosso desabafo neste sentido.
Obrigado.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado,
Ver. Bernardino.
O Clube Independente foi fundado, vejam os
senhores, no dia 08 de fevereiro de 1933, há 73 anos, ali na Av. Protásio Alves
nº 809. Seu primeiro Presidente, saudosamente, Ernesto Ordovás, junto a outros
que lhe sucederam, com certeza construiu, ao longo dos seus 73 anos de
existência, uma tradição na nossa Cidade no que diz respeito à prática do
esporte da bocha, hoje a sua principal atividade esportiva. Eu lembro quando
conheci a bocha, quando começamos no Geraldo Santana: não era o terror, era o
“papão” das bochas no Estado do Rio Grande do Sul, principalmente na cidade de
Porto Alegre, o Independente. Tremíamos quando íamos enfrentar aquela camiseta
verde e branca!
Mas o Independente também teve, meus senhores -
como falou o nobre colega -, sua época de glamour, quando as atividades
sociais, como jantares e reuniões dançantes, eram práticas comuns que
congregavam casais, jovens associados, filhos. Devido às dificuldades que os
clubes enfrentam daquele tempo para cá, devido aos seus encargos sociais,
principalmente os encargos trabalhistas, porque os impostos vieram onerar
muitos os clubes, principalmente os clubes que congregavam suas comunidades...
Há 73 anos, com certeza, ali era um epicentro comunitário daquelas redondezas,
onde o Independente se fez surgir.
Diversos
clubes passam hoje por dificuldades idênticas ao do Independente: o Caminho do
Meio, o Partenon. Vários clubes, devido às dificuldades do progresso, começaram
a fazer com que seus filhos, seus associados não mais os freqüentassem,
diversos foram os motivos, a exemplo do que já falamos. Mas o que veio
ultimamente preponderar mais nas dificuldades de manutenção do ímpeto social
desses clubes foi a Lei do Silêncio. Não somos contra a Lei do Silêncio, temos
que, isso sim, readequar os clubes e a Lei do Silêncio a este
momento de extremo gargalo de dificuldades que esses clubes enfrentam.
Há
um Projeto tramitando nesta Casa que deverá ser votado, onde nós queremos
liberar no mínimo duas festas por mês a todos os clubes de Porto Alegre,
inclusive àqueles que já têm seus salões interditados, porque todos os CTGs de
Porto Alegre, todos os clubes de Porto Alegre estão sujeitos a ser interditados
de uma hora para outra. Desde, é claro, Ver. João Dib, que haja um controle
interno do som em 80 decibéis. Enquanto se espera o retorno das atividades
sociais dos clubes, o Independente se volta principalmente à prática do seu
esporte predileto, que é o desenvolvimento da bocha. O Clube também tem
piscina, uma localização espetacular, serve almoços maravilhosos e tem
associados muito mais fortes ainda.
A Direção do Independente hoje conta com o nosso
Presidente, Ricardo, que tem muita competência, é campeão estadual de bocha,
contamos com sua obstinação nos últimos anos. Eu fico feliz em poder fazer esta
homenagem. Está sentado lá em cima o Vice-Presidente do Independente, Sílvio
Feijó, que já foi Presidente, seguindo uma tradição do pai, com dedicação,
idealismo, competência e renúncia. A todos esses abnegados Presidentes que hoje
assumem os clubes do porte do Independente e de outros...são verdadeiros
abnegados, pela responsabilidade que têm para com a sua sociedade e para com a
lei.
O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento ao orador.) Em primeiro lugar, nossos parabéns ao Ver.
Ismael Heinen por esta iniciativa e também porque a bocha é talvez um dos
esportes mais praticados em nossas comunidades. Eu tenho uma ampla atuação nas
comunidades, nas associações de bairros, e em quase todas que têm uma sede o
local da bocha está colocado ali, ou a reivindicação é a bocha. No interior do
Estado é a mesma coisa.
Quero saudar então o nosso tocaio Raul Teixeira, Presidente
da Federação Riograndense de Bocha, e o Ricardo Zucatti, Presidente do Clube
Independente. Trago aqui também um abraço da Deputada Jussara Cony, porque lá
fizemos dezenas de festas; sempre foi um local muito aberto para todo tipo de
confraternização. Hoje, talvez, dificultado um pouco por essas questões que o
Ver. Ismael traz. Então, os nossos parabéns tanto à Federação como ao Clube
Independente, e, ao Ver. Ismael, o nosso grande abraço.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado,
ilustre colega. Sr. Presidente, eu quero ser breve, preciso terminar esta
homenagem justa.
Sabemos que o sonho do bochófilo é tornar a bocha
uma categoria olímpica, e eu tenho certeza de que clubes como o Independente,
com suas Diretorias, com os seus associados e com os atletas, um dia verão esse
sonho realizado, e, quem sabe, eu participe dessa concretização.
O Clube Independente, Sr. Presidente, antes de tudo
é uma grande família, no qual todos se
orgulham de sua história de glória e se irmanam em torno do mesmo objetivo:
buscar outros títulos para o Clube, num trabalho de competição saudável,
treinamento duro e união de equipe. Vejam os senhores que o Clube Independente
possui, nesses 73 anos, cerca
de 57 títulos importantes, dos quais 27 são da categoria “A”. Eu via com
orgulho, até com ciúme, quando chegava naquela fortaleza da bocha, o Clube
tetracampeão de bocha! Essa é a família do Independente: 73 anos se dedicando a
esse esporte, abrigando verdadeiras histórias ilustres da nossa comunidade de
Porto Alegre, pessoas que por lá passaram e que lá exerceram essa modalidade.
Mas, Sr. Presidente, eu quero concluir
homenageando, principalmente - se V. Exª me permitir, assim como o Presidente
do Clube Independente -, os atletas dirigentes e capitães que foram atores
fundamentais dessa conquista do Independente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
O Ver. João Carlos Nedel cede o seu tempo, em Grande Expediente, a Vossa
Excelência.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN:
Obrigado, nobre Vereador.
Atletas
campeões: Alex de Oliveira Tonhi, que na bocha recebe, pelo carinho, o nome de
Batatinha, por uma história muito grande dentro da nossa bocha; Anderson
Pereira Santana, apelidado de Boca; André Luís Fontana; Diego Brock
Szcsepinak, até gostaria que você se
levantasse, é um atleta que já foi meu atleta, também um nome que está
representando todos os atletas, e não seria demais pedir uma salva de palmas a
ele, que está representando os atletas campeões estaduais (Palmas.). Da mesma
forma, Edson Luiz Heming, nosso conhecido Menudo; Jorge Fernando Camara Ferla,
o Fino, que está aqui presente também: parabéns, Fino! E também: Jorge Luís
Azevedo de Fraga; Rafael da Silva de Medeiros, o Rafinha, um grande jogador de
bocha, como todos os campeões estaduais; Presidente e atleta, Ricardo Luiz
Zucatti; o Diretor João Marques, o Didi, aqui presente: parabéns, batalhador! E
o nosso capitão, Capitão laureado do nosso Estado do Rio Grande do Sul,
gostaríamos de ter a sua presença aqui, o Ernani Agiova, o Pedrada, que foi um
dos grandes ícones, foi Presidente do Clube.
Quero
também homenagear todos os ex-Presidentes, as Diretorias, os ex-atletas do
Independente. O que eu tive de convivência com o Independente vem do tempo do
nosso Presidente da Confederação Riograndense, quando presidia o Independente,
o Raul Rizi Teixeira, depois o Arnani Agiova, nosso popular Pedrada, o Dr.
Azevedo, o Sílvio Feijó e, hoje, o Ricardo Zucatti. Está aqui presente o Dr.
João Hass, representante do Conselho Deliberativo do Clube, que tem idéias
maravilhosas e é também um grande batalhador em prol dos clubes sociais. Está
presente aqui o Sr. Antonio Rafael Ponzi, Vice-Presidente da Federação
Riograndense de Bocha.
Meus
amigos, o esporte da bocha - assim como falou o meu colega Ver. Carrion -, se
não for o mais praticado, com certeza não passa do quarto lugar. É uma
atividade para todas as idades, mas, logicamente, os atletas que são o
parâmetro, que, eu tenho certeza, serão campões mundiais, quando dos jogos
olímpicos, são os jovens atletas com idade entre 15 e 30 anos.
Sr.
Presidente, muito obrigado pelo tempo. Eu gostaria de poder falar mais, pela
importância que o Clube Independente tem no contexto da bocha, no contexto da
sociedade porto-alegrense, pelo fato de ter uma liderança comunitária que faz com que a sociedade se desenvolva na percepção
da união, da responsabilidade de todos nós.
Parabéns
ao Clube Independente; que esse seja apenas mais um de tantos títulos, tão
necessário ao esporte da bocha dos porto-alegrenses. Ao Clube Independente, o
ícone da bocha, o nosso respeito, os nossos parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Pela importância que tem o Clube
Independente na vida social da nossa Cidade e das nossas próprias vidas, nós
convidamos o Presidente, Sr. Ricardo Luiz Zucatti, a usar a tribuna por cinco
minutos, para fazer a sua saudação ao nosso Plenário.
O SR. RICARDO LUIZ ZUCATTI: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É com muita honra que hoje estou aqui representando o Clube
Independente e agradeço, do fundo do coração, esta homenagem.
Talvez
os senhores e senhoras não saibam o quanto é difícil um clube pequeno ou médio,
como é o nosso caso, manter suas portas abertas. Vocês sabem, o Ver. Ismael já
mencionou, das dificuldades, mas nós, que somos apaixonados pela bocha, fazemos
milagres para que isso aconteça. E ainda se consegue, com muito suor, trazer
títulos para o clube. O Clube Independente é o clube mais vezes campeão do
Estado do Rio Grande do Sul, com 13 títulos, seguido, em segundo lugar, pelo
Clube Dores, de Santa Maria, com 11 títulos. Temos um titulo nacional, Copa do
Brasil de 1976; 27 títulos municipais, tendo sido decacampeão de bocha de 1972
até 1981, dez anos consecutivos. Hoje contamos com aguerridos colaboradores e
dirigentes que não medem esforços para que se consiga participar desses
campeonatos, pois há despesas de locomoção, despesas de hotéis, alimentação,
etc. E vocês sabem que é tudo muito difícil, mas, graças a essas pessoas, a
gente consegue manter o clube aberto.
Agradecemos
por esse Projeto que está tramitando, para que se possa, pelo menos, fazer duas
festas por mês; com isso poderemos movimentar um pouco a tesouraria do Clube,
que está com as gavetas vazias. Muito obrigado pelos momentos dedicados ao
Clube e pela homenagem que estamos recebendo. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
A Presidência desta Casa deseja cumprimentar o nosso querido Ricardo Luiz
Zucatti, Presidente do Clube Independente; o nosso querido Raul Rizi Teixeira,
Presidente da Federação Riograndense de Bocha, um vencedor, campeão também.
Cumprimento todos os que praticam a bocha na figura desse craque que é o Diego
- quero mandar o nosso abraço -, ele hoje está de aniversário, por isso vou
pedir uma nova salva de palmas para ele! (Palmas.)
Temos
de fazer algumas pequenas reflexões. Primeiro, quero cumprimentar o Ver.
Ismael, que, na sua família, tem tanta gente campeã de bocha. E quero me exibir
também, dizendo que a mãe do meu Assessor Flávio Abelha, Nair Mano dos Santos,
minha amiga querida, também foi campeã algumas vezes; aí eu quero me irmanar
com Vossa Excelência. E é uma honra ter o meu gabinete médico situado na metade
do caminho entre o Clube Caminho do Meio e o Clube Independente; então, estou
cercado de bochófilos pelos dois lados, o que muito me honra.
Quero
dizer aos senhores da importância do Independente, que foi um Clube de grande
penetração social na cidade de Porto Alegre, que agora tem se restringido um
pouco mais a alguns esportes e conclamo a população de Porto Alegre para que se
associe, que nos ajude a manter os clubes, porque os clubes são os primeiros
elementos que a gente corta quando o orçamento aperta. E que bom que não fosse
desse jeito, porque eles representam o gregarismo que a nossa sociedade precisa
ter, principalmente através dos clubes, que tão bem nos representam. E aqui
quero me lembrar dos belos e grandes bailes de carnaval que freqüentamos no
Clube Independente. Ao encerrar esta nossa homenagem ao Clube, solicito uma
salva de palmas para os nossos ilustres amigos. (Palmas.)
Estão
suspensos os trabalhos desta Sessão para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h20min.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 15h24min): Estão reabertos os trabalhos.
Encerrado
o Grande Expediente.
Passamos
às
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente,
qual era o tempo que o Ver. Nedel cedeu ao Ver. Ismael? Porque o senhor marcou dez
minutos, achei que fossem dez minutos do Ver. Luiz Braz, em Grande Expediente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Ver.
João Antonio Dib e Ver. João Carlos Nedel em Grande Expediente, e o Ver. Luiz
Braz em Comunicações.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
quero aqui colocar duas ou até três questões. Uma, Ver. Dr. Goulart, que
interessa a V. Exª como médico, são detalhes que vou trazer de São Borja, minha
terra: passei o final de semana em visita ao Hospital Ivan Goulart, que vai
inaugurar em março do ano que vem uma nova UTI.
Alguns
dados muito importantes do porquê a gestão, aliada a outros procedimentos, ser
tão importante: vejam que em São Borja, com a AES Sul, há uma autorização da
população para ajudar o hospital. O cidadão está contribuindo para o hospital
com valores de um real a quanto cada um quiser, e já há uma contribuição de
três mil pessoas espontaneamente - não são obrigadas. Esse é um dado. Além
disso, eu soube, conversando com os médicos, do aumento da tabela do SUS, o que
é importantíssimo: se essa tabela não é elevada para valorizar o trabalho do
hospital, não adianta ser um bom gestor.
Outra
questão que me chamou a atenção e que vamos ter de debater na Assembléia
Legislativa: onde se concentra a maior folha de pagamento de uma cidade do
Interior, Ver. João Dib? Na Prefeitura.
Mas a Prefeitura só pode colocar o recurso da sua folha de pagamento,
Ver. Oliboni, nos bancos estatais, que, na realidade, não ajudam, só ficam
dizendo: “É conosco mesmo, nós temos garantia de que a folha de pagamento vai
ficar aqui!”. A maior moeda-corrente de um Município do Interior é a folha de
pagamento da Prefeitura.
Esse
Hospital, só para fazer uma comparação, acertou uma parceria com um banco
privado, de quem vai receber, durante três anos, 250 mil reais por ano, como
ajuda. Então, temos de somar essas questões: a gestão, que é boa, e o aumento
da tabela do SUS, estabelecida pelo Governo Federal; e o Hospital começa a
crescer. Havia dois hospitais em São Borja, agora só há um, que faz parte da
microrregião comandada por Alegrete. Mas São Borja, devido a esse crescimento
do Hospital Ivan Goulart, reivindica uma Região maior, para atender melhor a
população daquela Região. Então, uma boa administração aliada a parcerias com a
iniciativa privada mais essa contribuição espontânea da população junto à conta
de luz da AES Sul são questões para levantarmos.
Eu
também queria falar da Educação. Hoje há uma matéria muito importante - eu até
peço aos leitores do jornal O Sul que a
leiam - na página 6, do Caderno Colunistas, que é do grande empresário Antônio
Ermírio de Moraes, uma pessoa que nós
conhecemos, um vencedor. E eu queria aqui fazer um elogio - o PT acha que a
gente só critica: o nosso gaúcho Eliezer Pacheco, Diretor Nacional de Escola
Técnica, levantou a questão sobre a
valorização das escolas técnicas, sugerindo a criação de muitas novas
escolas técnicas pelo Brasil, o que proporcionará ao jovem que termina o Ensino
Fundamental ou o Ensino Médio e não sabe o que fazer, em que mercado atuar por
não ter capacidade, uma oportunidade. Portanto, eu quero fazer um elogio, e
peço a vocês, que são do Partido do Eliezer, nosso gaúcho, que transmitam a ele
esse elogio, porque é dessa forma que nós vamos valorizar a educação e dar um
encaminhamento para o futuro dessa rapaziada.
O
Sr. Carlos Comassetto: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cassiá Carpes, quero
cumprimentá-lo e ao mesmo tempo dizer que justamente o Diretor Eliezer Pacheco
está conduzindo, nesse momento, no Ministério da Educação, toda a discussão
sobre uma escola técnica federal para Porto Alegre, mais precisamente na Zona
Sul, Restinga, Projeto para o qual o convido a ser aliado.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Somos
aliados porque educação é uma questão séria.
Eu
falei aqui na Saúde e na Educação e quero fazer um lembrete para aqueles que
estão fogosos para assumir os Governos: não é o momento; é o momento de ficar
tranqüilo. Nós estamos torcendo para que o Governo Federal faça um grande
Governo, independente de Partido; estamos torcendo para que a nossa Governadora
Yeda não sinta as pressões que estão sendo feitas para que ceda; ela não pode
ceder, nós temos que diminuir as Secretarias, diminuir a quantidade de CCs,
para que este Estado seja governável. Eu não tenho dúvida de que, se nós dermos
tranqüilidade e apoio à Governadora, independente das pressões - naturais da
política conservadora -, ela fará um grande Governo, administrando a terrível
situação econômica em que se encontra o nosso Estado. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu quero parabenizar
a Verª Maristela Maffei pelo sucesso do Seminário de hoje sobre erotização
infantil. Considero de suma importância que todos os Vereadores tomem
consciência do que está se desenvolvendo e do trabalho que isso implica. No
momento em que nós estamos discutindo a erotização infantil, nós estamos
alertando para as conseqüências de uma causa maior, e essa causa maior é que
tem que vir a pleno debate. Por que razão? Porque, quando se tem toda uma
população sensibilizada com a morte de uma menina num motel, quando nós vemos
situações de crianças, de meninas com 12 anos, 13 anos numa gravidez precoce,
onde é que está a causa? A causa está na educação? Está nos meios de
informação? É lógico que a nossa sociedade atualmente tende a passar toda a
responsabilidade da educação da criança para a escola. Mas a escola não pode
ser a única; tem que existir um elo que ligue a família à escola. Quando a
família está fragilizada é exatamente quando a escola tem que encostar.
Para isso, Verª Maristela, nós já temos a figura do
orientador educacional. Hoje se falava no assistente social. Nada contra o
assistente social, mas ele vai dar o apoio necessário em relação ao
prognóstico, ao que deve ser feito em relação a atender à dificuldade familiar.
O orientador educacional vai encostar, ele vai servir de conselheiro para essa
criança.
Nós vemos o quê? Que a televisão, ela sim, está
incentivando a erotização: filmes nos quais as crianças vêem cenas de namorados
se beijando, como na novela das 20h, em que uma menina de 15 anos perde a
virgindade, e a mãe fica feliz porque as outras, com 13, 14 anos, já a
perderam. Eu lembro aqui o seguinte aspecto, que nós, como educadores,
estudamos muito: Piaget faz todo o seu trabalho em cima da “chave do tamanho”,
isto é, cada coisa na hora certa. Quando vestimos a criança, uma menininha com
três, quatro anos, com a roupa justa, usando batom e sapatinho de salto, nós
estamos antecipando todo o seu amadurecimento. Então, nós estamos vendo
crianças, meninas com 12 anos já plenamente desenvolvidas e se considerando
mulheres, com plenos direitos. Esse aspecto é que tem de ser freado. Como é que
isso pode ser feito? Só com um trabalho de controle sistemático entre a escola
e a família. Com certeza, quando a escola percebe que a família está falhando,
ela tem que entrar em campo.
Nós fizemos propusemos ao término do Seminário que
fosse feito um trabalho de palestras, de conscientização em relação à
valorização do trabalho. Porque, Verª Celeste, a criança tem que ter um modelo,
e esse modelo não pode ser só a top model, a artista, o ator, o cantor
ou o jogador de futebol. Nós vemos que, na Antigüidade, os pais tinham o maior
orgulho do trabalho que realizavam, e os filhos diziam: “Eu quero ser sapateiro
como o meu pai, eu quero ser ferreiro”. Hoje há uma frustração em relação ao
que o pai desenvolve de atividade, e aquele sonho passado, do orgulho do
trabalho é passado às crianças, por intermédio da televisão, como não
necessário, já que todos podem ter sucesso, todos podem ter dinheiro, ter
riquezas, sem estudar, simplesmente sendo top model, jogador, artista,
ator ou cantor. Então, isso aí é um grave problema, porque nós já vivemos, Ver.
João Antonio Dib, uma época em que a política está simplesmente delegada a ser
virtual, vê-se uma coisa, uma “ilha da fantasia”, e a realidade é completamente
outra.
Eu estou revisando aqui, quando se diz que foi
incluída a disciplina de Educação Sexual nas escolas de Porto Alegre, mas não é
isso que nós temos em regulamentação na lei aprovada pelo Ver. Nereu D’Avila.
Então, nós temos o quê? Que serão feitas palestras para que as crianças possam
ter a oportunidade de discutir sobre sexualidade.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Sebastião Melo.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. Dr.
Goulart, Presidente desta Casa; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores e público que
nos assiste, vou falar de dois assuntos: um é sobre o Projeto das Caçambas, que
pretende regulamentar o recolhimento de entulhos na Cidade. Mostro aqui, por
exemplo, a dificuldade que estamos vivenciando no dia-a-dia, quando as pessoas
têm que disputar espaço com os automóveis na pista de rolamento. Esta
fotografia foi tirada à noite (Mostra fotografia.), e dá perfeitamente para
verificar seis ou oito pessoas disputando espaço na pista de rolamento, na calçada
não conseguem transitar porque há caçambas. E os pedestres que se lixem, que se
danem, que transitem nos espaços dos automóveis! Esse Projeto está aguardando mais um reparo, a pedido da EPTC.
Nós,
com isso, queremos registrar que estamos de boa vontade, registro também a
importância que a própria EPTC está dando a esse Projeto nesse momento. Estamos
aguardando que venham de lá as observações, para que a gente adéqüe esse
Projeto dentro da expectativa do Executivo, no sentido de que não haja aqui divergências
com o Governo na hora de aprovarmos o Projeto.
Mas
é importante aprovarmos, com urgência, esse Projeto. O que nós estamos
pretendendo é algo semelhante, não precisa ser exatamente o que estamos
propondo, mas algo semelhante, para que essas caçambas tenham um pouco mais de
condições de serem visualizadas à noite, tendo em vista a quantidade de
acidentes que têm ocorrido na Cidade.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Creio que já me manifestei em
outra ocasião, mas quero reafirmar aqui a importância do seu Projeto. A
situação das caçambas de entulhos em Porto Alegre é inadmissível sob o ponto de
vista da segurança, que é a primeira preocupação de todos nós; segundo, sob o
ponto de vista da estética e, terceiro, sob o ponto de vista da própria
circulação - o que talvez seja o segundo ponto, e o terceiro seria a estética.
Vossa Excelência conhece alguma pessoa que algum dia de sua vida recebeu uma
nota fiscal?
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu
não conheço.
O
Sr. Adeli Sell: É uma
pergunta que eu fiz ao Secretário da Fazenda. Porto Alegre poderia ser melhor.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado,
Vereador, pela sua interferência.
Outro
assunto que nos toca neste período de Comunicação é o ITBI. Esse Projeto foi
aprovado, foi amplamente discutido aqui na Casa. No dia 31 de dezembro expira o
prazo para que o ITBI de Porto Alegre possa ser parcelado em até 12 vezes. Vou
repetir para aqueles que estão nos assistindo, e, por favor, nos ajudem a
divulgar, porque, infelizmente, só este Vereador tem se incumbido de fazer a
divulgação de um Projeto tão importante: até 31 de dezembro poderá ser
solicitado o parcelamento do ITBI em até 12 vezes. Então, aquelas pessoas que
ainda não fizeram as suas escrituras, ainda não regularizaram os seus imóveis,
os seus negócios junto aos registros imobiliários, por favor, façam até 31 de
dezembro, com a condição de parcelarem em até 12 vezes. Nosso Gabinete está com
uma cartilha à disposição, basta entrar em contato conosco; essa cartilha não
tem custo, e nós enviamos pelo Correio. Estamos aqui disciplinando ou tentando,
ao menos, orientar as pessoas para pedirem o parcelamento. Essa cartilha se faz
necessária, porque me parece que não há uma vontade muito grande - eu falo de
todo o segmento, inclusive dos registros imobiliários. Pretendemos ver esse
Projeto prorrogado, porque não tivemos o retorno que esperávamos.
Quero
fazer um outro registro: nos primeiros nove meses do ano de 2006, comparados
com os mesmos meses do ano de 2005, nós tivemos um superávit de mais de 6,5
milhões de reais. Evidentemente, nós teríamos aqui o aumento vegetativo, aquilo
que todos nós sabemos, mas temos de fazer esse registro: o Município não perdeu
com o parcelamento; pelo contrário, se compararmos os mesmos primeiros nove
meses do ano de 2005 com os primeiros nove meses do ano de 2006, nós temos um
superávit de 6,5 milhões de reais. Então, por favor, peço compreensão do
Executivo, da Fazenda Municipal, para a necessidade de se prorrogar esse
Projeto e de investir um pouquinho nele, porque vale o investimento. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Porto Alegre estará sediando, a partir do dia 29, o Fórum Mundial
de Turismo para Paz e Desenvolvimento Sustentável. É um evento mundial que
deverá trazer a Porto Alegre entre duas mil e cinco mil pessoas interessadas
nessa grande indústria sem chaminés, que é o turismo, no qual Porto Alegre está
investindo fortemente. E esta Casa, Sr. Presidente, teve um fator importante para
trazer esse evento para esta Cidade; esta Casa efetuou uma Moção de Apoio,
que foi enviada aos organizadores
mundiais, foi um dos pontos relevantes para que Porto Alegre sediasse esse
encontro. Então, estou convidando os Vereadores a participarem desse Evento. A
sessão de abertura será no dia 29, às 20 horas, lá no Salão de Atos da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou
tratar de um tema que, nesse momento e durante o ano todo, é um drama para as
famílias de Porto Alegre. Esse momento é o momento da consecução das matrículas
em Educação Infantil, cujo período de inscrição foi no mês de outubro, e as
notícias que temos nos jornais é de que a carência é imensa nessa área. Diz o
jornal Diário Gaúcho que temos pelo menos 22 mil crianças sem creche na cidade
de Porto Alegre. O mesmo é noticiado nos demais jornais.
O
que me chamou atenção foi a resposta da Secretaria de Educação - e eu já vinha
fazendo uns cálculos, achando que o número de convênios na cidade de Porto
Alegre tinha diminuído, Verª Maria Celeste, depois que nós saímos do Governo da
Cidade -, pelos anúncios da SMED na fala da Secretária Adjunta. Há uma projeção
de construção de 12 creches comunitárias, 12 escolas infantis, sendo que seis
ainda estão em licitação. E nós sabemos que, se ainda estão no processo de
licitação, muito dificilmente a promessa de que serão entregues no início do
ano que vem, ou no primeiro semestre, será cumprida. Mas a projeção é de que,
em 2007, serão 143 creches conveniadas. Ora, 143 menos 12, dá 131; 131 creches
são menos creches do que nós deixamos conveniadas na cidade de Porto Alegre,
que eram 133. E nós já vínhamos, Ver. Adeli, desde que o Vereador assumiu a
CECE, atendendo denúncias de creches fechadas, como a Creche São Vicente
Mártir, que até o momento está fechada; e as creches novas - foi um custo para
que tivessem as suas construções terminadas - estão fechadas.
Resultado:
em dois anos o Governo Fogaça conseguiu diminuir o número de convênios na
cidade de Porto Alegre, e a comprovação está nos números que a SMED projeta
para 2007: o atendimento de 8.961 crianças nas creches comunitárias. Ora, esse
era o número que nós já tínhamos de crianças sendo atendidas nas creches
comunitárias há dois anos! E essa é uma projeção para o ano que vem, se as 12
creches foram construídas. Então aqui está a prova do que nós vínhamos falando,
de que a Educação Infantil não é prioridade, de que não há capacidade de gestão
no sentido de se ampliarem as vagas na Educação Infantil, apesar de a SMED
fazer notícia. O Governo Municipal - não foi só uma matéria da SMED -, no ano
passado, em grandes páginas dos jornais da Cidade, anunciou mais três mil vagas
nas creches comunitárias, que não se concretizaram por palavras da Secretária
Adjunta, que duvido que esteja errada, porque a Professora Zuleica sempre
trabalhou no ajustamento de vagas e controla as vagas das escolas infantis e do
Ensino Fundamental também.
Então,
esse é o fato a ”comemorar” nos dois anos de Prefeito Fogaça: uma redução no
atendimento da Educação Infantil nas creches comunitárias na cidade de Porto
Alegre e uma projeção para, quem sabe, voltar a atender as mesmas oito mil e
poucas crianças em 2007, se construídas as creches previstas. Não bastasse
isso, as matérias dos jornais, bem como as manifestações de entidades nesta
Casa, nos dizem que as creches comunitárias sofrem com os atrasos nos recursos,
com a falta de alimentos e a burocracia da legislação para conseguir um
convênio municipal. E eu arrisco a dizer que não foi feito - Verª Celeste, que
trabalha com a área, e Verª Neuza - nenhum convênio novo com creche comunitária
a partir do Governo Fogaça. Então, era um Governo que vinha para manter o que
estava bom, para melhorar o que não estava bem, e o que nós vimos na Educação
Infantil foi a redução de vagas e o desperdício de dinheiro público.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria lhe dizer, minha Líder
Sofia, que o capim, para não dizer o matagal, tomou conta do entorno da creche
da Castelo. No dia 15 de dezembro, só para lembrar, fará um ano, está prontinha,
bonitinha, mas falta abrir para as crianças entrarem.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada,
Ver. Adeli. Nada mais a comentar. Quer dizer, agora o mato está tomando conta.
É uma tristeza, a gente vê a Cidade no papel, os belos Portais no papel, as
belas propagandas do bilhete eletrônico que entrará em circulação em 2008; a
gente vê o aumento de CCs, horas extras de CCs, gratificação para a Secretaria
da Fazenda, mas, na Educação Infantil, nessa área de maior vulnerabilidade das
nossas crianças, temos redução de vagas e a incapacidade de gestão do que está
aí, já pronto, à disposição do Governo Municipal.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não tenho
nenhuma dúvida em afirmar que o momento mais importante do Vereador, durante o
ano, é a discussão e votação do Orçamento para o ano seguinte. E essa discussão
e votação do Orçamento do Município de Porto Alegre para 2007 parece que
nasceu sob a égide do personalismo, da incompreensão e da intolerância.
Começamos
quando discutimos e, todos com data marcada, tivemos que interromper uma Sessão
para entrar na Ordem do Dia e não podemos voltar à discussão da Pauta Especial
por falta de quórum, adiamos em cinco dias o prazo para as seis Sessões de
discussão de Pauta. Cumpridos os outros tempos registrados pela Diretoria
Legislativa e pelo Regimento Interno. Nós fomos convocados, na sexta-feira,
para apreciar o Parecer do Relator designado, Ver. Luiz Braz. Por algum motivo,
a Presidência e a Vice-Presidência não compareceram à Sessão. Apenas três
Vereadores estavam presentes, e eu, sendo o mais antigo, presidi a Sessão. Dois
votos favoráveis ao Parecer do Ver. Luiz Braz, e este Vereador foi um deles, é
claro. O terceiro voto seria do Ver. Professor Garcia, que pediu vista. O
pedido de vista foi atendido, e eu solicitei que hoje, às 9h30min, houvesse uma
nova Sessão Extraordinária da Comissão de Finanças, para que pudéssemos
apreciar o Parecer, com vista dada ao Professor Garcia, na forma do Regimento
Interno. E hoje não compareceu a Vice-Presidência. Então ficamos em quatro
Vereadores na Comissão de Finanças, e houve um empate.
Eu
tenho trinta e cinco anos de Câmara Municipal e nunca vi - tenho que contar
alguns anos lá do Executivo, porque eu tinha interesse na votação do Orçamento
- a Proposta Orçamentária vir para Plenário sem Parecer. Eu nunca vi, vou
repetir, Proposta Orçamentária vir para o Plenário sem Parecer! Tudo o que foi
feito não serve para nada! Nós vamos começar do zero na quarta-feira, e isso
pelo esforço que fizemos, hoje, para que pudesse ser anunciado, para incluir na
Ordem do Dia de quarta-feira. É muito difícil, Sr. Presidente, entender que o
momento mais solene, o momento mais importante não teve a cobertura necessária.
Parece que nós ficamos fazendo sessões solenes, atos solenes, usamos o Grande
Expediente para homenagens e esquecemos de homenagear a Cidade dando-lhe um bom
Orçamento, um Orçamento bem cuidado. São 120 Emendas! Provavelmente não seriam
necessárias nem 12 Emendas.
Isso me faz pensar, Sr. Presidente: será que nós
precisamos de 36 Vereadores?! Será que nós precisamos de 36 Vereadores, quando,
na Comissão de Finanças, não comparecem?! Eu tenho impressão de que -
reiteradamente falei da tribuna - 21 seriam suficientes. Quando eu cheguei à
Câmara, eram apenas três as Comissões: Comissão de Justiça, Comissão de
Serviços Municipais e Comissão de Finanças. Tudo se resolvia nessas três
Comissões. Agora nós temos muitas Comissões, e parece que há pouco trabalho,
porque nós não fazemos render o nosso trabalho. E temos 36 Vereadores, e eram
21.
A Sra. Maristela Maffei: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dib, só para colaborar, eu lembro
que, quando fui Relatora do nosso Projeto, o Parecer foi derrubado, não veio
para cá, porque diziam que tinha um problema técnico, sério; não foi
reconhecido. E agora V. Exª nos coloca isso. Quer dizer que são dois pesos e
duas medidas. Quando é uma situação em que tem um Vereador-Relator da situação,
não tem problema nenhum; agora, quando é da oposição, é colocado assim, como
uma forma de desqualificação. Agora, vem para cá sem nenhum Parecer; não
derrubaram na própria Comissão, não indicaram um novo Relator, e a Cidade como
um todo acaba pecando por incompetência total de gerenciamento em relação ao
Orçamento. Obrigada.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Verª
Maristela Maffei, V. Exª faz uma injustiça para a história e para o Regimento
Interno. O seu Parecer - brilhante Parecer, por certo - não convenceu os outros
quatro Vereadores da Comissão e, portanto, foi derrubado. E, derrubado, houve
um novo Parecer, que foi aprovado. Mas esse do qual trato foi diferente. Havia
quatro Vereadores: dois votaram favoravelmente, e dois votaram contrariamente.
Portanto não há Parecer, o Projeto virá ao Plenário sem Parecer.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, eu apenas quero
fazer um comentário. Eu entendo a sua indignação, mas quero dizer que, de parte
da oposição, há um absoluto descrédito sobre as discussões de Orçamento, porque
historicamente o Governo tem nos agradecido pela tentativa de colaboração na
construção de um bom Orçamento, mas as nossas Emendas, na sua grande maioria,
são rejeitadas sumariamente: o Governo não discute com a oposição o seu
Orçamento. Quero dizer a V. Exª que compreendo seu esforço, mas a maioria do
Governo nesta Casa não tem tido nenhuma vontade de aceitar e discutir a
colaboração da oposição através de suas Emendas. Temos nos esforçado, e acho
que a ausência nessas reuniões, talvez, seja um sintoma do absoluto desrespeito
e indiferença do Governo com a oposição em relação ao Orçamento.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Para encerrar,
Sr. Presidente, devo dizer que a Verª Sofia Cavedon também comete um erro com a
história da votação do Orçamento; todos os anos o Orçamento é da mesma forma:
aquela quantidade imensa de Emendas desnecessárias e incabíveis, mas que são
levadas à discussão e à debate. Só dou razão a ela numa coisa: tem que haver,
sim, a troca de idéias para que se chegue a um denominador comum. Isso, quando
da Lei de Diretrizes Orçamentárias, eu coloquei e agora vou colocar de novo,
porque agora a votação vai ser muito mais complicada. De qualquer forma,
agradeço a tolerância. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Excelência,
informo que esta Mesa ainda não recebeu a comunicação da Comissão. Então o fato
concreto ainda não existe. Não recebemos ainda, o que então permitirá que se
corrija isso através da Comissão. Não chegou até nós.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Foi entregue.
A Diretoria Legislativa tem conhecimento, estava presente lá.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Foi entregue,
Diretora? (Pausa.) Não. Não chegou administrativamente até à Mesa.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, se não for anunciado hoje, não pode ser votado na quarta-feira; é
mais um dia que vamos perder, e o Parecer está pronto lá, assinado em todas as
vias.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Temos membros
da Comissão aqui presentes? (Pausa.) Então comunicado está.
O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Sr. Presidente,
regimentalmente, um Parecer empatado vem para o Plenário sem valor de impedir a
discussão das Emendas que o Parecer recomendava não aprovar.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC. N. 5335/06 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 011/06, que dispõe sobre a criação e organização, no
âmbito da Administração Centralizada da Prefeitura de Porto Alegre, do Sistema
Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - SMDC, do Serviço de
Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - PROCOM/PMPA, do Conselho
Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor - CONDECON e do Fundo
Municipal de Direitos Difusos e dá outras providências.
PROC. N. 5342/06 – PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 012/06, que estabelece condições para o acesso das
populações moradoras em áreas não regularizadas aos serviços de abastecimento
de água e remoção de esgoto cloacal.
PROC.
N. 5343/06 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 049/06, que cria
Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada do
Município, e dá outras providências.
PROC. N. 5344/06 – PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 050/06, que revoga a Lei nº 7688, de outubro de 1995, e altera
o art. 1º do Decreto nº 314, de 1º de fevereiro de 1935, modificado pelas Leis
nos 3123 e 5559, de 23 de dezembro de 1967 e 25 de janeiro de 1985,
respectivamente, e dá outras providências.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 5131/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 218/06, de autoria do
Ver. Elói Guimarães, que declara de utilidade pública o Instituto Genealógico
do Rio Grande do Sul.
PROC. N. 5261/06 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 224/06, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera
o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 10.073, de 23 de outubro de 2006, que
denomina Avenida Nossa Senhora de Guadalupe, Rua Padre Henrique Pauquet, Rua Padre Oscar Puhl, Rua
Padre Ayrton Alvares Bitencourt, Rua Padre Guilherme Boll, Rua Padre Emilio
Hartmann, Rua Padre Franz Maurmann e Rua Padre Valerio Alberton os logradouros
públicos não-cadastrados, conhecidos respectivamente como Rua 5034, Rua 5035,
Rua 5036, Rua 5037, Rua 5038, Rua 5039, Rua 5040 e Rua 5041, localizados no
Bairro Hípica, corrigindo os dizeres das placas denominativas. (Este projeto com parecer favorável das
Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo
requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
3ª
SESSÃO
PROC. N. 4653/06 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 201/06, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que dispõe sobre
a comercialização, o armazenamento, o transporte e a obrigatoriedade de
rotulagem nas embalagens de produtos químicos de limpeza no Município de Porto
Alegre. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
N. 4412/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação dos §§ 1º e 2º do art.
1º e o art. 3º da Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe,
no Município de Porto Alegre, o uso de produtos fumígenos em recintos coletivos
e em recintos de trabalho coletivo, exceto para as áreas destinadas
exclusivamente a esse fim, desde que devidamente isoladas e com arejamento
conveniente, determinando a afixação, nos recintos, de cartazes informando a
proibição estabelecida na referida Lei, e estabelecendo sanções a serem
aplicadas a seus infratores, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 023/06, de autoria do Ver Alceu Brasinha.
PROC.
N. 5134/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 091/06, de autoria do Ver. Elói
Guimarães, que institui o Prêmio Santos-Dumont, a ser concedido, anualmente, a
integrantes ou ex-integrantes da Aviação Civil ou Militar, e a pessoas
vinculadas diretamente à atividade aeronáutica.
O SR. PRESIDENTE: A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
no dia 25 último nós não comemoramos, mas entramos num período de 16 dias de
luta contra a violência doméstica; o dia 25 de novembro é o marco dessa discussão.
Eu fiquei observando quando a Verª Neuza Canabarro
se manifestava - a Vereadora faz parte da Frente Parlamentar da Criança e do
Adolescente, assim como o Ver. Aldacir Oliboni, a Verª Maria Celeste, a Verª
Sofia Cavedon, o Ver. Sebastião Melo e tantos outros Vereadores desta Casa -
sobre a pouca importância que se dá a determinados temas. Observei que, apesar
da gravidade, de fato a violência está bastante banalizada. Parece que somente
quando acontecem as grandes tragédias é que damos mais atenção a essas
questões, ou nos sentimos chocados. Temos ainda uma incapacidade de trabalhar
com o fator da antecipação - termos um programa de prevenção a esses problemas
todos que enfrentamos.
É bem verdade, Ver. Goulart, o senhor é médico
ginecologista, trabalha diretamente com as mulheres, sabe disso, que somente no
ano de 1993 é que a Conferência da OBU, sobre Direitos Humanos, realizada em
Viena, passou a tratar a violência contra a mulher como uma violação aos
direitos humanos, entendida e ratificada na IV Conferência Mundial para a
Mulher, realizada em Beijing, na China, ainda nesse período.
Já aprovamos a Lei Maria da Penha, que ainda está
sendo bastante criticada, e imaginamos por que. Senti-me chocada hoje quando li
no Correio do Povo a citação da morte de um Vereador, em Torres, por
enforcamento. Esse Vereador foi preso por agressão, fato esse já baseado nessa
lei colocada em prática. Eu fico imaginando, na cultura patriarcal em que
vivemos, quando isso é colocado ainda na sociedade, como as pessoas se sentem -
em especial os homens -, ainda nesse sentido, quando são levadas a cumprir uma
pena por haver cometido uma violência doméstica.
Essa questão do tapinha, da ofensa moral é algo
muito presente em nosso quotidiano, mas há ainda muito sob o véu privado das
quatro paredes. Isso é muito forte dentro da nossa sociedade, não apenas nos
casebres, quando tu ainda ouves o grito, mas na classe média alta e na própria
burguesia, em termos de estratificação de classes. Observa-se o quanto isso é
forte e presente na cabeça de uma pessoa que chega a cometer suicídio - isso
ainda é muito forte na modificação dos nossos costumes. Até há bem pouco tempo,
a mulher poderia ser condenada se, por acaso, fosse acusada de uma traição, e,
mesmo quando o marido fizesse uma agressão, a sociedade diria: “Não, mas ela é
mulher; ele é homem, ele pode”. Isso não é coisa de ontem, isso é coisa de
agora. Há poucos dias isso ainda acontecia no sentido jurídico. Agora, nos
costumes, isso ainda é uma prática.
E, vejam bem, a questão da violência doméstica não
é apenas num aspecto. (Lê.) “A violência doméstica, a violência sexual e a
violência psicológica são expressões graves da opressão que ainda persiste
sobre as mulheres, atravessando classes sociais, raças e etnias, bem como
gerações, e não encontram suficientes obstáculos para serem erradicadas.
Baseada numa concepção assimétrica dos sexos na sociedade, a violência de
gênero persiste onde não há medidas concretas que garantam às mulheres sair da
situação de violência”. Agora nasce uma lei, e nós sabemos que esses costumes
ainda vão perdurar por muito tempo. O agressor ainda se sente ofendido o
suficiente para autopunir-se, para evitar
expor-se a um julgamento que a
sociedade está lhe imputando.
Então,
vejam senhoras e senhores, ainda é mais grave quando nós vimos a questão da
morte, do assassinato dessa menina de 13 anos por um professor que, com toda a
sua autoridade sobre ela, leva o conceito comum somado a uma cumplicidade e a
um pacto de amor. Imaginem o que ele pode exercer de autoridade sobre alguém
que ainda não tem integralidade na sua formação. E aqui não estão se discutindo
diferenças de idade. Uma coisa é uma moça de 20 anos ser influenciada por um
homem de 60 anos, ou vice-versa; outro fato é uma menina ou um menino, ainda na
sua adolescência, com o ser ainda não
formado... Na fala anterior, eu colocava que ele, sozinho, não teve coragem de
cometer aquele ato e levou a menina junto para a morte, porque ele sabia que
não iria ter coragem de enfrentar a sociedade, pelo crime brutal que estava
cometendo. E nós ainda consideramos isso normal, e muita gente ainda vai dizer:
“No mínimo, ela era uma menina assanhada que usava minissaia, umbigo de
fora...”, para justificar esse escândalo que é esse aculturamento que nós ainda
temos nas nossas relações de violência, uma relação de hierarquia que é muito
cara para a sociedade e não apenas para os nossos filhos favelados, mas também,
neste caso, em especial, para uma filha de classe média alta. Isso é um alerta!
E,
quando falamos nesse tema, nós gostaríamos de obter mais atenção, no mínimo um
pouco mais de respeito para que possamos encaminhar como encaminhamos hoje, em
conjunto com a nossa Secretária Marilu Medeiros, com o Ministério Público, com
as direções de escolas, com a Frente Parlamentar desta Casa, Verª Neuza
Canabarro. Que possamos discutir agora, não apenas com aqueles que têm o
domínio da discussão, mas também com aqueles que sofrem as conseqüências para
juntos obtermos soluções realmente concretas. Obrigada pela tolerância, Sr.
Presidente; obrigada, senhoras e senhores.
(Não revisado pela
oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): É
importante o assunto, Excelência.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, hoje, no primeiro dia
de Pauta, há quatro Projetos do
Executivo. Eu acho que as coisas lá, às vezes, andam meio devagar. O Projeto
criando o Procon Municipal, esperado há muito tempo, está aí, eu não o analisei
mais detidamente, mas ele já estava aí há mais tempo, poderia ter sido mandado
para cá. Nós temos, até o fim do ano, nove Sessões Ordinárias. Esses quatro
Projetos do Executivo precisam correr três dias de Pauta, ou seja, esta semana
e, depois, mais seis Sessões.
O
segundo Projeto do Executivo estabelece condições para o acesso das populações
que residem em áreas não-regularizadas aos serviços de abastecimentos de água e
remoção de esgoto cloacal. Quando eu
fui Diretor do DMAE, em 1975, a primeira medida que eu determinei foi no
sentido de que as populações em áreas irregulares que não estivessem atingidas
pelo Plano Diretor, que não estivessem em área de risco, pudessem ser
abastecidas, e, sem dúvida nenhuma, o Prefeito Guilherme Socias Villela
concordou plenamente com isso.
Agora,
eu não posso admitir que o DMAE faça um Projeto de Lei dizendo que ele poderá
fazer a manutenção da rede no caso de atendimento. Não! Ele deverá; ele não
poderá! Ninguém pode tocar na rede de água a não ser o DMAE, porque as redes se
entrelaçam, vinculam-se. Se eu mexer num setor delas, eu posso contaminar o
resto! O DMAE sabe como fazer. Então, ele não poderá; ele deverá! Não deveriam
nem colocar esse artigo, pois não precisava.
O
Prefeito manda um Projeto de Lei que cria Cargos em Comissão e Funções
Gratificadas. Estava pronto o Projeto de Lei, segundo eu pude observar, em
agosto. Tanto isso é verdade que os cálculos dos custos desses Cargos em
Comissão e Funções Gratificadas estão calculados para os três últimos meses de
2006. Nós vamos votar... Ninguém pode
pedir o art. 81, e eu não sei se alguém vai querer pedir urgência, pois não
vejo quórum aqui para pedir urgência, mas, em todo o caso, deveriam ter
comparecido.
Há
também um Projeto de Lei do Executivo sem um estudo. Quando eu fui Prefeito, em
1985, nós fechamos a Av. Borges de Medeiros no último trecho, entre a Travessa
Mário Cinco Paus e a Av. Mauá. Mas, com relação a esse Projeto, eu não vi
nenhum estudo dizendo que vai beneficiar o trânsito e garantindo que não vai
criar mais um ponto de choque na Av. Mauá! Eu não vi nenhum estudo! Apenas o
Epahc e o Compac falaram que era bom, mas eu não tenho nada a ver com o Epahc e
com o Compac. Eu preciso é da SMT, Planejamento de Trânsito e Tráfego na
Cidade, e não apenas algo histórico... A utilização de órgãos culturais e
históricos seria melhor para a Cidade se nós alterássemos alguma coisa que
fosse feita com estudos!
Em
1985, nós estudamos para fechar a Av. Borges de Medeiros - e melhorou. Agora,
vão abrir a Av. Borges de Medeiros, e não há nenhum estudo! Eu acho estranho
que isso aconteça numa Cidade em que há uma Secretaria Municipal de
Transportes! No nosso tempo, a nossa equipe foi declarada, pelo Ministério dos
Transportes, reiteradas vezes, como a melhor equipe de trânsito e transportes
do Brasil! Agora, fazem um estudo, enviam um Ofício de um Secretário para outro
Secretário, e, de repente, abre-se, novamente, a Av. Borges de Medeiros. Eu não
posso entender. Eu tenho profundas dificuldades para entender que alguém
estudou, um dia, para fechar a Av. Borges de Medeiros, e, num outro dia, alguém
queira abri-la sem razões, sem condições para nos dizer o que vai melhorar e se
não vai piorar! Quando ela foi fechada, é porque era muito ruim aquele ponto de
encontro da Av. Borges de Medeiros com a Av. Mauá. E agora, sem estudo, vai ser
aberta.
Portanto,
eu fico triste de ver quatro Projetos do Executivo ingressarem praticamente no
término das Sessões Legislativas, e poderia ter acontecido muito antes e com
melhores informações. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Vereador.
Temos
entre nós uma Delegação de Cabo Verde, que veio conhecer o processo de
democracia participativa, o Orçamento Participativo: Domingos Júnior; Filomena
Santos; Karine Andrade; Carlos Brito, da ONU; Jandira Barros e Daniele Tolfo.
Saudações à Delegação de Cabo Verde, que, a despeito de estarem do outro lado
do oceano, entendem a nossa fala. (Palmas.)
O
Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; colegas Vereadores e Vereadoras, prezados
assistentes, em especial a Delegação de Cabo Verde, que aqui nos visita, na afirmação
de que Porto Alegre, pelo mundo, é propositora de um dos processos de
democracia participativa.
Hoje
quero tratar aqui de um Projeto do Executivo - está em 1ª Sessão - que
estabelece condições para o acesso das populações moradoras em áreas não-regularizadas
aos serviços de abastecimento de água e remoção de esgoto cloacal. Quero fazer
uma discussão sobre esse tema, porque acredito que o Projeto tenha um bom
princípio, mas há um equívoco na sua proposta quanto ao método, e estabeleço
aqui a justificativa. Esse Projeto, Verª Neuza, Verª Maria Celeste, Verª
Maristela Maffei e colegas que militam nas relações diretas com as comunidades
irregulares, estabelece a possibilidade de o Município levar esse serviço
essencial e básico para essas comunidades. Mas quem é que constrói essas
comunidades irregulares? Acho que nós precisamos fazer essa discussão.
Em
primeiro lugar, quero aqui já fazer uma afirmação, para não deixar nenhuma
dúvida: sou totalmente favorável à regularização e à extensão dos serviços básicos
para as comunidades excluídas. Só que o Projeto pede que seja apresentado pelos
moradores título de propriedade. Bom, se é uma ocupação irregular, já não há
título de propriedade, porque foi feita uma ocupação, ou foi um loteador
irregular que vendeu aquela área, que, muitas vezes, nem dele é, e ele foi um
preposto ou um “laranja” para fazer esse negócio, que se chama “loteador
irregular”. Em Porto Alegre e nas grandes cidades há muitos loteadores
irregulares. Segundo, o Projeto pede que proprietário apresente o contrato de
compra e venda da área loteada. Bom, quem é que vai dar um contrato de compra e
venda dum loteamento irregular? O loteador irregular.
Terceiro,
quer que ele apresente o protocolo de encaminhamento para aprovação pelo
Município do projeto urbanístico de loteamento ou desmembramento. O
proprietário não é responsável por fazer o projeto de loteamento ou
desmembramento.
Quarto,
estipula que a comercialização ou ocupação esteja consolidada em, no mínimo,
cinqüenta por cento dos lotes. Mas, pelo amor de Deus, fazer um Projeto como
esse é como dizer para os loteadores irregulares que eles continuem fazendo os
loteamentos irregulares, vendendo a metade por preço caríssimo, enganando as
pessoas, que, depois, o Município vai se preocupar com a lei para estender os
serviços de saneamento básico.
E
por último - o que eu considero mais grave - a conta: quem vai pagar são os
moradores, dividida pelo número de moradores. Neste momento, em Porto Alegre,
Ver. João Dib, nós temos 632 comunidades irregulares, de diversas origens,
inclusive algumas com construção feita pelo Poder Público, outras são
ocupações, outras são loteamentos irregulares, e muitas delas estão em áreas
públicas.
Então,
o que eu quero trazer à discussão aqui, caros colegas Vereadores e Vereadoras,
é que nós temos, num Projeto como esse, que nos atentar para que haja
regularização fundiária.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, quero
cumprimentá-lo pela preocupação que tem com os loteamentos irregulares, mas eu
acho que nós tínhamos que encontrar uma medida junto ao Ministério Público de
levar alguns loteadores desse tipo para a cadeia, porque eles vendem prometendo
água, luz, esgoto e pavimento; termina o indivíduo comprando e depois não vê
mais quem vendeu.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Exatamente
isso, essa é uma das questões. Mas também quero lhe dizer que existem muitos
loteamentos irregulares por falta de política pública para baixa renda. O que
acontece é que, nos últimos dois anos, no último período do Governo Lula, se
restabeleceu a política para habitação popular, e foi anunciado esta semana,
todos acompanharam, que para o ano de 2007 nós teremos 14 bilhões de reais de
investimento para a política habitacional.
Nós
aprovamos aqui nesta Casa, para concluir, Sr. Presidente, recentemente, dois
Projetos: um de parcelamento do solo e outro o Código de Edificações, para
facilitar que esse recurso chegue em quem precisa.
Portanto,
senhores e senhoras, gostaria de trazer essa discussão inicial, porque acredito
que esse Projeto do Executivo, da forma como ele foi apresentado, está
equivocado. Ele pode ter boa intenção, nós concordamos com a boa intenção, mas
não podemos concordar com a metodologia aqui apresentada. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Márcio Bins Ely; Vereadores e Vereadoras, encontra-se em
última Sessão de Pauta o meu Substitutivo ao Projeto do Ver. Brasinha,
alterando lei aprovada nesta Casa quanto à proibição de fumar em recintos
fechados. Tão logo eu receba o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça
desta Casa, irei solicitar o art. 81 para que esse Projeto seja votado ainda
neste ano e passe a vigorar a Lei nº 555 em sua plenitude. A sociedade
solicitou ajustes na lei para que entre em vigor a lei proibindo o fumo em
lugares fechados.
Sábado
estive no Hospital Santa Rita, vendo a tristeza das pessoas doentes pelo mal do
cigarro, que lá estão sendo tratadas. É triste de se ver! Nós temos certeza de
que as 4.720 substâncias tóxicas realmente prejudicam a saúde da população.
Dentro dessas, meu caro João Reis de Castro, 80 são cancerígenas. Nós
temos aqui algumas manchetes, por exemplo (Lê.): “Bares do Rio de Janeiro são
os segundos mais poluídos pelo tabaco em toda a América Latina. Tabaco é
responsável por 90% das inflamações de mama não relacionadas à amamentação. Pesquisadores testam vacina para
tabaco. Fumantes com menos de 40 anos correm cinco vezes mais risco de infarto.
Cigarro transforma a saliva em mistura corrosiva e cancerígena. Pobres são os
que mais morem por tabagismo, segundo a
Organização Mundial da Saúde. Cinco milhões de pessoas morem por motivo do
fumo. O cigarro é uma das principais causas de impotência masculina”. Aí se
seguem os problemas sérios de saúde que
o cigarro causa.
Nós
todos reclamamos do Governo Federal, de que falta verba para a Saúde. Têm
razão, falta verba para a Saúde, mas as pessoas também, por outro lado,
continuam não se cuidando, não cuidando desse talento que é a saúde, desse
talento que é a vida. E depois ocorrem esses problemas sérios, graves, com as
verbas para a Saúde. Se temos certeza de que o cigarro causa mal à saúde, à
vida, por que então não se tomam providências corretas para eliminar o cigarro?
Eu vejo aqui o Dr. Ivo Fortes, que trabalha com a saúde: Dr. Ivo, quantos
malefícios o cigarro traz à nossa saúde?
Portanto,
Vereadores e Vereadoras, se alguém tiver alguma dúvida sobre esse Projeto de
alteração da lei, eu estou disposto a dialogar e a dar todas as informações aos
Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras, para que ele seja tranqüilamente
aprovado, a fim de que passe a vigorar a lei na sua integralidade, proibindo o
fumo em recintos fechados. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, respondendo por ela, com muito orgulho para mim,
Ver. Márcio Bins Ely; nobres colegas Vereadoras, Vereadores, na Pauta de hoje
há diversos Projetos do Executivo, mas eu vou me ater a dois.
Um
estabelece condições de acesso das populações de moradores em áreas
não-regularizadas ao serviço de abastecimento de água e remoção de esgoto
cloacal. Porto Alegre é um problema sério, há áreas não-regularizadas, onde
muitas pessoas não têm ao menos redes de águas à altura dessas moradias e,
principalmente, com esgoto cloacal. Mas eu vejo que teríamos que inserir também
nesse contexto os alvarás provisórios dessas áreas não-regularizadas para que o
Município pudesse trazer esse cidadão como um contribuinte legal. Quanto à
água, quanto ao esgoto, tudo bem, mas também precisamos que esse alvará
provisório, que nós transformamos em lei, venha em benefício dessas áreas, e
isso não está bem delineado, não está bem formatado lá na SMIC, em função do
Projeto que nós aprovamos.
O
outro Projeto cria Funções Gratificadas e Cargos em Comissões, são doze cargos
novos de gratificações e comissões. Eu gostaria que o Executivo tivesse
encaminhado - ou que encaminhe - como das outras vezes: não criando novos
Cargos em Comissão nem novas Funções Gratificadas, e sim que transformasse
outros cargos e os trouxesse para compor o Conselho a que eles são destinados.
Nada contra a criação do Procon Municipal em Porto Alegre, mas eu tenho muito
medo de que se comece novamente a onerar o Poder Público com Cargos em
Comissão, que nós temos demais na esfera federal, temos demais na esfera
estadual. Porto Alegre parece que está querendo novamente se movimentar no
sentido de aumentar esses encargos de custos, aumentar o gasto da máquina
pública.
Até eu estava aqui elogiando S. Exa. o nosso Prefeito
Municipal, que estava correlato em não aumentar a despesa do Município, em não
criar novos e mais Cargos em Comissão - novos, sim - mais CCs. Os CCs, para
mim, são a “farra do boi”, a farra para gerar festa de apadrinhados políticos.
Eu gostaria que nós diminuíssemos os Cargos em Comissão e déssemos aos nossos
filhos, que estão se formando nas universidades, a oportunidade de, por
concursos públicos, acessar a esses cargos.
Está no jornal de hoje, Sr. Presidente, uma
demonstração horrorosa do quadro financeiro do nosso Estado: a dívida do Estado
está incompatível! Está escrito, está dito pelo Secretário Raul Veloso que
o nosso é o Estado da Federação em piores condições! E alguma coisa tem a ver
com os Cargos de Confiança, tanto é que a nova Governadora pretende eliminar
três mil - parece que ela disse -, começa-se por aí. Agora, não podemos nós, no
Município, começar a criar e chegar novamente à situação da Administração
passada, com déficit, déficit e déficit para o nosso Município. Se nós estamos
chegando a um equilíbrio, é um bom ponto de partida, Vereador-Presidente
Goulart; não podemos começar a ir novamente na contramão.
São essas as considerações. Da maneira como está,
mesmo que seja meritório o Projeto do Procon, diante da criação de novos cargos,
este Vereador e a Bancada do PFL vão examinar com muito carinho. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. Cassiá
Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Ver. Márcio
Bins Ely, na presidência dos trabalhos; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; Ver. Ismael, quero dizer, aproveitando o começo da minha fala como
Líder, que também não vou votar favorável ao aumento de CCs, até porque há
alguns aspectos de gratificação ainda atrasados, e, entre a gratificação e o
CC, eu valorizo a gratificação para o funcionário. Acho que o primeiro caminho
é gratificar categorias e valorizá-las, não aumentar CCs, portanto também
votarei contra.
Quero primeiro falar à Verª Sofia Cavedon, talvez
ela não estivesse na Sessão no dia em que fiz o discurso, Ver. Ismael, porque a
matéria a que ela se referiu hoje aqui está vencida. Eu já fiz pronunciamento
nesse sentido, desde 2001 fala-se do atraso com as escolas e as creches.
Portanto, a matéria já foi referida aqui; em 2001 era o Governo do PT, portanto
desde 2001 está atrasada essa demanda nas creches, nas escolas para as
crianças.
Outro aspecto que o Ver. Comassetto colocou aqui é
sobre as áreas irregulares. Quero deixar bem claro que a questão dessas áreas
irregulares não começou agora, começou há muitos anos, mas está estourando
agora, quando, muitas vezes... E eu vou comentar um trecho aqui. Gostaria que a
Bancada do PT... É um trecho com o qual eu concordo, do Governo Lula, é um
discurso aos Prefeitos do País, lá em São Paulo: o Presidente diz que se depara
com leis, com as questões ambientais, burocracia, oposição no Congresso - no
caso aqui, nós podemos trazer para a Câmara - com Ministério Público, Tribunal
de Contas, etc. Ele quer dizer que ganhar eleição é fácil, mas administrar não
é tão fácil assim, muitas vezes tem que entender essa máquina, a burocracia, as
questões legais.
E eu vi aqui o pessoal de Cabo Frio, que vai olhar
o Orçamento Participativo. Eu acho que a idéia democrática é excelente, mas tem
que dizer lá que eles devem ter Orçamento, porque, se não tiver Orçamento, vai
acontecer a mesma coisa que acontece aqui: está no “caderninho”, mas não tem
orçamento, aí não sai a
obra. Ou se coloca a obra no Orçamento, com um custo de 50 mil reais, e, quando
vai executá-la, o custo é de 300 mil reais. Está faltando dinheiro no
Orçamento, Ver. Ismael. Então, tem de informar para eles que o “caderninho” não
é bem assim.
E
eu citei casos benéficos. Hoje há uma matéria, com a qual fico muito contente,
Verª Clênia... Falei da Educação. A Verª Sofia Cavedon se referiu a um
pronunciamento que já fiz aqui, uma matéria que dizia ser desde 2001, portanto
2001 é do Governo deles. Hoje quero elogiar o Governo Municipal na questão das
meninas que estão engravidando, pois estão fazendo um programa para
beneficiá-las, Ver. Ismael. A Prefeitura chega atrasada, no meu entender,
muitos anos, mas começa a fazer. Esse programa nós devemos elogiar, até porque
nós estamos debatendo, dentro do nosso Partido, para olharmos em todos os
ângulos, a fim de que possamos ajudar, criticar, porque isso faz parte da
democracia, o contraditório é muito importante. Neste aspecto, os Partidos têm
que fazer também a tal de oxigenação e a colaboração com olhar crítico, para que
possam corrigir o percurso das Secretarias, para que tenham, muitas vezes, esse
lado educacional, social.
E
eu cito aqui este aspecto: Governar não é fácil, principalmente quando se tem
de amparar as leis e, muitas vezes, ter a lei contra aquilo que se quer fazer
na marra; na marra não vai. O Orçamento Participativo é um exemplo claro de que
nós somos a favor se for feito democraticamente, mas é um Orçamento defasado,
que precisa ser aprimorado, precisa ser organizado, é muita reunião. Se um
Vereador, um Secretário, um Prefeito forem se dedicar exclusivamente ao
Orçamento Participativo, vão viver em reuniões, e a população vai ficar
angustiantemente desiludida, porque, na realidade, volto a frisar, coloca-se no
“caderninho”, Verª Meneghetti, mas para sair daquele “caderninho” tem de haver
dinheiro! Quando no “caderninho” está 10% da construção, aí vira esse problema
que nós estamos vendo desde 1999, com obras atrasadas. Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra
para discutir a Pauta.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Vereador-Presidente
dos trabalhos, a nossa saudação; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
público presente, telespectadores do Canal 16, eu quero discutir aqui dois Projetos,
ambos do Executivo, que me fazem manifestar a minha discordância e
descontentamento, especialmente em relação a esse Projeto, Ver. Cassiá, de
criação do Procon, com os moldes propostos. Isso implica um gasto de mais de
300 mil reais por ano; é um novo gasto. O Governo, quando se elegeu, disse que
não ampliaria o número de CCs, não faria mais gastos nem funções. E já foram
criados, de acordo com a nossa contabilidade, mais de 130, 140.
Vossa
Excelência tem razão no sentido de que o Orçamento Participativo tem
dificuldade, justamente se há demandas da comunidade e não há recursos para o
atendimento. No entanto, quero dizer que este Governo está sendo muito
mão-aberta para algumas coisas. E aqui está um caso típico, e eu tive
contrariedade na votação das FGs para a Fazenda, pois isso implica mais de 18
milhões de reais por ano. O Poder Público não pode facilitar, não pode abrir
mão tão fácil assim de recursos, não pode ser um facilitador dos gastos. Somos
a favor do Procon, sim; é necessário haver estruturas de defesa do consumidor,
profissionais que atuem, que fiscalizem, que façam ação. Nós somos membros,
inclusive, da Comissão que aqui tem recebido reclamações em excesso,
reclamações que sequer damos conta de atender. Agora, não se pode autorizar mais
gasto público. Isso é muito ruim.
Nesse
fim de semana, eu fui chamado para uma rua - e há outras que estão licitadas
desde há muito tempo, eu sei que V. Exª, quando Secretário da SMOV, deu ordem
de início aos trabalhos. Cito a Rua Rui Barbosa, por exemplo. Ela está há cinco
meses abandonada, não foi no seu Governo, mas no do atual Secretário, e ninguém
recebe nenhuma explicação. Então, foi destruído o que estava lá, e nada foi
posto no lugar. A comunidade está aflita, porque não podem chegar lá ambulância,
veículos escolares, caminhão do lixo; os veículos sequer conseguem transitar.
Estão entregando ao Prefeito um abaixo-assinado com mais de 200 famílias
reclamando da falta de resposta.
Portanto,
se nós temos falta de recursos, eu creio, e falta de iniciativa do Governo para
tocar a obra, Verª Maristela... Inclusive, essa obra é lá da Lomba do Pinheiro,
é obra do Orçamento Participativo, que tinha recursos garantidos do BID; eu não
sei por que não está andando, e a população não recebe nenhuma satisfação. Em
frente ao nº 141 da Rua Rui Barbosa, há um poste que está seccionado, a ponto
de cair quase em cima da creche, e não há resposta, porque ninguém se
responsabiliza.
Então,
não dá para tratar as coisas assim. Facilita-se o gasto para algumas coisas,
para o atendimento de interesses aqui e acolá - e eu falo da criação de CCs e
FGs, eles muito bem podem ser remanejados, já que são em número bastante
grande, inclusive com uma criação em larga escala durante todo este Governo.
Não vamos fazer como a gente ouviu que seria feito pelo atual Governo, que não
seria aumentado o gasto nesse item, mas depois aparece, de tempos em tempos, a
criação de novos e significativos gastos para o Erário, para a população e para
o bolso dos porto-alegrenses.
Também
quero fazer aqui um comentário sobre o Projeto que estabelece condições para
acesso de serviços de água e saneamento, que é uma iniciativa importante, eu
creio, do Poder Público Municipal, mas é algo que já existe na prática. Traz-me
aqui a seguinte preocupação: nós temos um abastecimento de água de excelência,
inclusive Porto Alegre recebeu agora, pelo Relatório de 2004, uma condecoração
e um reconhecimento pelo exemplo de acessibilidade, de preços justos, de uma
caminhada toda, com grande destaque ao Governo Collares, porque é dele a Lei de
1987, que faz o estabelecimento da tarifa, a Lei nº 170, do DMAE. Mas aqui já
prevê, por exemplo, a cobrança e o parcelamento para implantação de redes de
água e esgoto.
As
comunidades têm estabelecido critérios no Orçamento Participativo, no qual é
cobrado, em regra, 50% das redes de água nesses casos. Ademais, saneamento é
obrigação do serviço público, o Poder Público tem de fazer a universalização,
porque, se nós repassarmos os custos às comunidades, elas não terão recursos para
arcar, será excessivamente oneroso. Então, trata-se, sim, de atender. Acho que
nesse sentido é bem-vindo instituir as práticas já existentes, que são
salutares, mas não se pode repassar algo que não pode ser absorvido pelas
comunidades, porque é dever e obrigação do Poder Público universalizar os
serviços de água, cuidar da água, do saneamento, bem como do tratamento dos
efluentes. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): Obrigado,
Ver. Todeschini.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Márcio Bins Ely; colegas Vereadores e Vereadoras, prezados
assistentes, quero aqui hoje, em nome da minha Bancada, a do Partido dos Trabalhadores,
trazer algumas questões que ocorreram nos últimos dias na cidade de Porto
Alegre, questões que dizem respeito à atuação do Executivo Municipal na
implementação das políticas sociais e das políticas comunitárias em Porto
Alegre.
Todos
os senhores e as senhoras sabem que anualmente há a Semana da Restinga, a
última aconteceu do dia 18 ao dia 26 de novembro, domingo agora que passou, e
quero aqui fazer uma afirmação: em toda a história da Semana da Restinga nunca
houve uma Semana tão desqualificada e tão mal-organizada como esta. E vou
trazer aqui, Verª Maristela Maffei, alguns fatos que ocorreram lá, iniciando
pela abertura da Semana, que tinha como lema: “Semana da Restinga e a Paz”. No
ato de abertura da Semana da Restinga, haveria um ato ecumênico, que traria a
benção à paz. A organização esqueceu de montar, no palco, o som, a iluminação,
a estrutura, inclusive esqueceu de chamar as lideranças que estavam presentes
para que compusessem a abertura. Portanto, já não houve abertura.
O
SR. RAUL CARRION: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Márcio Bins Ely, que preside os trabalhos nesta tarde;
demais Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar nós gostaríamos aqui de
manifestar a nossa satisfação como latino-americanos, Verª Maristela Maffei,
pela estrondosa vitória que o candidato progressista antineoliberal Rafael
Correa está tendo no Equador - quase 70% contra 30% do candidato conservador,
Álvaro Noboa, megaempresário da banana, que segue estritamente os conselhos do
Bush. Quero dizer também que no próximo domingo as pesquisas indicam uma
vitória estrondosa do grande Presidente Hugo Chávez, algo em torno de 59% a 27%
e, nas classes populares, 70%. Somam-se
a essas vitórias do campo popular e progressista, Ver. Márcio Bins Ely, que é
da Internacional Socialista, a vitória, no Brasil, de Lula, que agora, no
segundo mandato, certamente contará com o apoio do PDT, com a participação -
melhor dito - do PDT, do PMDB.
Temos
a vitória no Chile do Partido Socialista, a vitória no Uruguai da Frente Ampla,
a vitória na Bolívia do Evo Morales, um Governo progressista na Argentina,
mostrando uma América Latina que avança para romper com a dominação
norte-americana. E nós, brasileiros, certamente temos um grande papel nisso;
Ver. Márcio Bins, independente das divergências que V. Exª possa ter com o
Governo Lula, sem dúvida o Governo Lula significou uma mudança nesse quadro da
América, e nós temos que nos congratular.
Em
segundo lugar, eu queria fazer referência, Ver. Ibsen Pinheiro, já conversamos
pessoalmente, ao ato que se realizará no dia 29, depois de amanhã, em Brasília,
no Auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados, por uma Reforma Política
democrática e pluripartidária. Esse é um ato que defende a Reforma Política e
combate o entulho autoritário da chamada cláusula de barreira, que estão
tentando impor ao nosso Brasil. No dia 4 de dezembro, haverá um ato na Esquina
Democrática às 17h. Em Brasília será no dia 29. E, no dia 7 de dezembro, o
Superior Tribunal Federal irá apreciar a Ação Direta de Inconstitucionalidade
que o PCdoB, o PV, o P-Sol e outros Partidos encaminharam contra a cláusula de
barreira.
Ontem,
na Convenção Nacional, o PT se comprometeu a mandar uma delegação a esse ato,
que está sendo chamado, Ver. Maristela, pelo PCdoB, PSB, PV, P-Sol e PRB. Estão
pensadas diversas lideranças de diversos Partidos, juristas, Ver. Cassiá
Carpes, como Paulo Brossard e Paulo Benavides; os ministros Gilberto Gil,
Orlando Júnior e Sérgio Rezende.
Por
fim, queria aplaudir o Governo Lula pelo pacote de Habitação que está sendo
elaborado, quando serão disponibilizados de 10 a 12 bilhões de reais para
subsidiar a habitação de baixa renda, podendo - o subsídio - atingir, para as
famílias de baixa renda, Ver. José Ismael Heinen, até dois terços da prestação.
Está havendo um verdadeiro boom na
Habitação. Eu leio aqui o material da Zero Hora de sábado: “O setor imobiliário
do Rio Grande do Sul vive hoje seu momento mais aquecido desde o lançamento do
Plano Real, em 1994. Com o ritmo de vendas em 6,42%, o indicador está acima da
média dos últimos 12 anos. Entre janeiro e setembro, a atividade da construção
civil gaúcha cresceu 4,1%. A indústria da construção contratou 10,3%
trabalhadores a mais neste ano em todo o Brasil, em comparação com 2005. No Rio
Grande do Sul, a criação de empregos ficou em 2,51%.” E concluo: “A construção
está superando a meta, com 5,1%, turbinados por investimentos totais de 48
bilhões de reais.”
Então,
eu creio que mais uma vez o Presidente Lula aposta no crescimento econômico,
aposta no crescimento da construção civil como carro-chefe, seja para
habitação, seja para infra-estrutura, seja no campo energético. Agradeço a
paciência do meu Presidente, pois passei alguns segundos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. Ervino
Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro
colega que preside a Sessão neste momento, Ver. Márcio
Bins Ely; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que
nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, quero saudar a todos.
No dia de ontem,
estivemos no encerramento da 22ª Festa do Pêssego - 5ª Festa Estadual do
Pêssego na Vila Nova. Faço este registro, confesso aos Srs. Vereadores, com
muita alegria, pois chegamos lá aproximadamente às 16 horas, e naquela hora a
maioria dos produtores não tinha mais frutas, pelo movimento que houve. Os
produtores exibiam um largo sorriso no rosto... Conversei com o Cleber,
Presidente do Sindicato, e com o Luciano, Vice-Presidente do Sindicato, e eles
comentaram que havia sido vendida 100 toneladas de pêssego - uma bela venda! -,
apesar da chuva no penúltimo fim de semana. Foram dois fins de semana com
chuva, de dias ruins, mas ontem superou a expectativa de público.
Quero registrar e agradecer, de público, o esforço
do Presidente Cleber, do Vice-Presidente do Sindicato e de toda a equipe que se
envolveu com a 22ª Festa do Pêssego. Quero destacar também o trabalho da SMIC,
da Emater e da Prefeitura Municipal de Porto Alegre pelo incentivo e por
fornecerem a estrutura necessária para nossos produtores, agradeço em seus
nomes.
Sentimos o entusiasmo dos nossos produtores, que
estão se propondo a aumentar a sua área produtiva para os próximos anos devido
ao incentivo que estão recebendo dos órgãos competentes - dos órgãos públicos
-, já que, ao venderem o seu produto, estão tendo um retorno satisfatório.
Pudemos ouvir de muitos deles que irão investir mais na área da agricultura,
pelo retorno e lucro satisfatório que estão tendo; eles irão aumentar a área de
plantio, aumentando, assim, a produção do cinturão verde na nossa Porto Alegre.
Eu acho que a Câmara Municipal tem de reconhecer
aqui, Ver. João Antonio Dib, o trabalho feito em conjunto com o Executivo, já
que aqui temos uma maioria de Vereadores que conhece a área da agricultura.
Também destaco o apoio dado pela imprensa, o incentivo, a publicação, o espaço
que abriu aos nossos produtores. Ontem havia tanta gente lá que não dava nem
para caminhar. Nós temos que agradecer a todos os segmentos, a todas as pessoas
que se envolveram na 22ª Festa do Pêssego. Quero dividir a alegria dos
produtores com esta Casa, com a Cidade e com todos os órgãos públicos que se
envolveram na organização da 22ª Festa do Pêssego.
Meu caro Ver. Todeschini, nós, que somos oriundos
do Interior, ficamos contentes, satisfeitos ao ver a alegria dessas pessoas,
homens do campo, homens que produzem. Isso é uma vitória para Porto Alegre, é
uma vitória para os nossos produtores, é uma vitória para o nosso Rio Grande.
Eu tenho certeza de que muitos produtores estavam desanimados, muitos já tinham
desistido da agricultura, mas, com esse incentivo, com esse retorno que eles
estão tendo, com esse reconhecimento, nós teremos, sim, nos próximos anos, cada
vez mais pessoas voltando para a nossa agricultura, que, sem dúvida nenhuma, é
uma riqueza, uma economia que tínhamos perdido, meu caro Ver. Ismael. Vamos
recuperar, sem dúvida nenhuma, porque estamos juntos e ao lado dos nossos
produtores. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Márcio Bins Ely): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, nobres Vereadoras e Vereadoras, público que nos assiste, uso a
Liderança no dia de hoje, primeiramente, porque me chamaram a atenção os
discursos dos nobres colegas que me antecederam, um em especial, por se tratar
de uma área que me preocupa muito: a área da habitação.
O nobre colega Ver. Raul Carrion falou aqui da
disponibilização de 15 bilhões para o setor habitacional. Quero dizer aos
nobres colegas que no Orçamento do ano passado nós tínhamos em torno de 14, 15,
16 bilhões, mas o que de fato foi conseguido tirar foi muito pouco, devido ao
entrave burocrático, devido
às exigências da Caixa Econômica Federal para fornecer empréstimos à população
de baixa renda.
Veja
V. Exª que o analfabeto não pode ser pobre no Brasil, porque aí ele não pode
tirar empréstimo na Caixa Econômica Federal! É um acinte! Se ele é analfabeto,
não é por culpa dele, com certeza. E outras coisas também: a pessoa tem de
estar livre do Serasa, do SPC, mas a garantia social dessa conquista é a
própria casa na liberação desses empréstimos! Então, não adianta a nossa ala
governamental dizer que tem tantos milhões, bilhões e bilhões para emprestar à
população de baixa renda, se ela proíbe tirá-los e, com isso, fazer caixa.
Mas eu quero falar que há outras coisas
importantes. Por exemplo, desenrola-se aqui na Capital, a partir de
quarta-feira, o Fórum Mundial para a Paz e Desenvolvimento Sustentável do
Turismo. Importantíssimo, serão cinco mil pessoas, com uma previsão de 5 a 7
milhões de reais a circularem a mais na Cidade. Só lamento uma coisa, nobres
colegas: não poderemos mostrar a esses cinco mil agentes mundiais de turismo a
nossa Cidade gaúcha, ao menos o projeto da Cidade gaúcha, com as tradições
maravilhosas do nosso Estado. Isso nós estamos devendo aos nossos munícipes.
Da
mesma forma, quero parabenizar a Confederação dos Jovens Empresários pela
matéria que colocou em praça pública, como está hoje noticiado: “O peso dos
impostos”. Vejam os senhores aqui que os produtos básicos, como o arroz, o
feijão, estão com 60% de imposto ainda, gente! O arroz está um pouco melhor,
com 25% de imposto. E a casa popular está com 95% de imposto! Ainda é imposto,
gente! Ao menos estão dizendo alguma coisa, o que me faz ter um pouquinho de
esperança.
O
Presidente da República ultimamente tem dito que tem de destravar o
desenvolvimento, que tem de diminuir o imposto, mas eu digo que temos de acabar
com a burocracia, porque me parece que teremos uma política liberal exercida
por um socialista. Queira Deus que assim seja, porque eles estão acordando,
estão vendo que esta é a solução: criar emprego, ter progresso, ter uma
renovação das nossas empresas para gerar emprego, para gerar renda! Eu acredito
que isso pode acontecer. Mas, para que isso aconteça, para que seja feita essa
política liberal, com menos impostos, menos juros, é preciso que ela seja
precedida com menos gastos! Nós temos que acabar com os gastos supérfluos.
Estarrece-nos
ver novamente nos jornais que o País gasta um bilhão em passagens, em diárias
de hotéis - isso que nós nem chegamos às festas de final de ano -, enquanto a
pobreza grassa, enquanto querem negar o direito do 13º salário aos pobres, aos
desprotegidos deste Brasil. Se quiserem extinguir o 13º salário, então criem
uma ajuda natalina para que eles possam, também, ser filhos de Deus, filhos
deste Brasil.
Mas
eu tenho uma certa esperança e um certo ceticismo. As idéias do Presidente
estão no caminho certo: diminuir o imposto, os juros, aumentar o progresso.
Quer dizer, vamos lá, Presidente, mas também vamos acabar com a gastança, pois
ela está demais. O brasileiro paga muito caro pelos impostos e não tem nada em
troca. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, nós queríamos repercutir uma série de
acontecimentos extremamente significativos que ocorreram, ou que ainda estão
ocorrendo, na nossa Cidade. Primeiro, houve uma série de atividades referentes
à Semana da Consciência Negra, em que se discutiu o conjunto das políticas
públicas no nosso Município, ocasião em que também tivemos uma importante
oportunidade de assistir apresentações, como a ocorrida no Anfiteatro
Pôr-do-Sol, entre inúmeras outras atividades, apresentando a diversidade da
cultura dos afro-descendentes brasileiros.
Eu
também queria comentar uma importante iniciativa ocorrida neste final de semana
em Porto Alegre, iniciativa que contou com a presença do Prefeito José Fogaça,
do ex-Prefeito João Verle, de professores da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, de uma série de lideranças da nossa Cidade. Foi a realização de um
evento preocupado, exatamente, em qualificar a participação popular do nosso
Município através do fornecimento de informações georreferenciadas. Trata-se de
um instrumento importante para que os conselheiros da nossa Cidade, as
lideranças, os agentes dos movimentos comunitários, os representantes das diversas
regiões, dos CARs, da
Governança, os delegados do OP possam tomar as suas decisões não apenas de uma
maneira empírica, mas a partir do conhecimento das principais necessidades e
das principais demandas de cada região.
Esse
evento foi proposto pelo Observapoa - a nossa Capital já tem um observatório
social, que tem procurado dar visibilidade inclusive às ações de políticas
públicas. E todos nós podemos inclusive acessar o Observapoa através da
Internet, clicando no observapoa.com ou na página da Prefeitura. É muito
importante, porque nós estamos com isso dando maior transparência, dando maior
visibilidade às ações de parceira da nossa sociedade e fazendo com que as
decisões tomadas pelos representantes das várias instâncias de participação de
Porto Alegre sejam decisões calcadas nas principais demandas e nas principais
reivindicações da nossa Cidade.
Eu
queria também me referir a este trágico, inexplicável e absurdo acontecimento
que ocorreu em nossa Cidade, envolvendo uma adolescente de 13 anos de idade,
que foi assassinada em um motel da nossa Cidade, um dos mais trágicos
acontecimentos dos últimos tempos, demonstrando uma enorme incapacidade dos
nossos Governos, da nossa sociedade de enfrentar os direitos e a garantia dos
direitos humanos das jovens e dos jovens adolescentes. Eu tive a oportunidade
de acompanhar a Comissão de Direitos Humanos da nossa Câmara, contamos com a
presença do Ver. Todeschini, da Verª Maria Celeste, da Verª Margarete Moraes,
também estava conosco a coordenadora da Frente Nacional da Defesa da Infância,
a Deputada Federal Maria do Rosário. Nós fizemos uma audiência com o Prefeito,
procurando, exatamente, aproximar o trabalho da Frente Parlamentar, que é uma
Frente nacional - aqui na nossa Câmara ela é representada pela Verª Maristela
Maffei, que, inclusive, hoje fez um ato extremamente importante no debate sobre
a questão da erotização da infância.
Nós
tivemos a oportunidade de, na Prefeitura, procurar construir efetivas
alternativas, somando as iniciativas já tomadas pelo Governo do Estado, através
do DECA e de outras entidades, pela Prefeitura e também pela Frente
Parlamentar. Foi solicitado ao Prefeito, naquela oportunidade, uma ação efetiva
em relação àquele motel, e, no outro dia, tivemos a informação, inclusive na
imprensa, do fechamento imediato daquela instituição. Realmente, o
estabelecimento não estava cumprindo nem a legislação federal, prevista pelo
ECA, nem uma legislação que esta Casa aprovou, que é muito mais aprimorada e
muito mais exigente em relação às fiscalizações, para que possamos proteger,
evidentemente, as adolescentes que hoje são vitimadas, muitas vezes, dentro das
suas casas e, outras vezes, dentro de estabelecimentos comerciais, que têm que
ser fiscalizados. Eu acredito que nós poderemos somar os esforços do conjunto
desta Casa, para avançar na construção de políticas que enfrentem esses
gravíssimos problemas que hoje nós temos na nossa sociedade, políticas
garantindo os direitos das crianças e dos adolescentes.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a pergunta é se, a partir de agora, será
sempre assim, porque, nos demais dias, estando aqui os Vereadores, se dá a
presença e é computado. Não sei por que mudaram as regras de um momento para o
outro.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Não
aconteceu isso. Aconteceu o seguinte: o Presidente pediu “encerre-se o painel”,
adentraram os Vereadores, e eu tentei considerar a presença deles. E aí,
tecnicamente, já estava registrado.
Esta
Sessão tecnicamente está encerrada por falta de quórum. Solicito às Lideranças
que se aproximem aqui da tribuna da Presidência, para que possamos parlamentar,
sempre no melhor sentido de ajuda da Câmara. (Pausa.)
Terminada
a reunião de Lideranças, declaro encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h23min.)
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